21 de mar. de 2011

Reclamar ou bancar o bonzinho?

Sempre escutei muito aquela frase que lembra que você deve pensar naqueles que estão em situação pior do que a sua antes de reclamar de algo. Mas também me recuso a ser Pollyana, a personagem daquele clássico, o qual li na infância, que se esforça para enxergar o lado bom das coisas. Como tudo na vida, é preciso buscar um meio-termo, uma balança que nos ajuda a ter sensatez no modo de lidar com os pequenos e os grandes desafios com os quais nos deparamos no nosso dia a dia.

Afinal de contas, reclamar não faz milagres. E tentar bancar o bonzinho ou a boazinha, amenizando coisas que às vezes não precisam nem podem ser amenizadas, pode deixar você para trás – especialmente no mundo de hoje, quando o tempo urge e a tática de muitos consiste em puxar tapetes.

Talvez uma das lições mais repetidas e que carrega consigo mais razão seja aquela velha máxima: aprenda com os exemplos. Ou, inspire-se em histórias. Nada melhor que aprender com seus erros, mas, se puder enxergá-los antes de cometê-los, é melhor ainda.

Na última semana, terminei o livro 3096 dias, de Natascha Kampusch. Trata-se de um relato da autora dos oito anos em que viveu sequestrada. Natacha perdeu parte de sua infância e adolescência – ela ficou dos 10 aos 18 sob os “cuidados” do sequestrador. Sofreu todo tipo de abuso psicológico, ao ponto de quase perder sua identidade e sentir-se rejeitada, até abusos físicos, que talvez nem os mais fortes suportassem. Socos, tapas e agressões com objetos em todas as partes do corpo – todas mesma. Passou fome, vergonha e humilhação.

O que mais me chamou a atenção na história de Natascha foi o jeito como ela lidou com sua história e tudo que lhe aconteceu. Ao contrário do que muitos possam imaginar, ela não se portou como vítima. Não usou o caso para se promover ou para chamar a atenção – que até talvez merecesse. Fugiu dos holofotes e tenta viver uma vida normal.

A jovem passou por episódios que talvez traumatizassem qualquer um de nós. Mas, durante o cativeiro, manteve a esperança e cultivou, apesar de tudo, uma pequena força que a fez um dia se livrar de tal situação.

Acredito que a história dela sirva de grande exemplo. Fugir do papel de vítima, fazer sua história e não se deixar abater. Saber quando lamentar e quando reclamar, saber se superar e buscar forças. Está aí um exercício para ser praticado por nós, todos os dias.

2 comentários:

Amanda Lemos disse...

Muito interessante o blog !
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Muito Obrigada, desde já !

Líbero disse...

gostei de ler suas afirmaçoes. vc se parece um pouco com os meus comentarios..deixa meu blog...
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