27 de dez. de 2010

Aprendendo a dizer não

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Não deve ser à toa que existem livros de auto-ajuda, discursos de especialistas e palestras sobre o tema. Dizer “não” nunca é fácil. Por medo de decepcionar alguém, por não querer parecer que está fugindo, para se mostrar disponível e eficiente, por medo da tempestade que podem causar, muitas pessoas preferem não dizer “não”. É difícil, mas, não é impossível.

No trabalho, na vida pessoal, no dia a dia, é preciso aprender a dizer não. Há situações em que queremos tanto pronunciar essa palavra tão curta e que parece ser fácil de ser dita. Entretanto, na hora H, quem aparece é o “sim”, o “pode ser”, o “com certeza”. O que precisamos ter em mente é que nem sempre é possível agradar a todos – e sim, às vezes, é necessário pensar em nós mesmos antes de qualquer coisa. Sem discurso egoísta por aqui, a maioria de nós quer o melhor para si, não é mesmo?

Aprender a dizer “não” é uma arte. Uma arte que precisa ser exercitada. Um “não” para algo que foi pedido em cima do prazo, um “não” para um programa que você não está a fim de fazer, um “não” para receber alguém que você não está a fim de ver. Se pararmos para pensar, quantas de nossas atitudes são tomadas somente em prol do outro, da velha máxima que dita que devemos agradar? Será que todas as coisas que você pede aos que estão ao seu redor são atendidas? Pense nisso, pois quem pede, não está nem aí para o esforço que você terá que fazer para atender ao pedido. Quer apenas aliviar seu lado.

O “não” também é necessário e faz tão bem quanto um sim. Nada pior do que fazer algo contra a sua vontade. Comece 2011 com uma meta simples: aprender a dizer “não”. Com bom senso, sempre.

20 de dez. de 2010

Oportunistas da sociedade

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Não sou contra o fato de que é preciso seguir aquela velha máxima e “ajudar o próximo”. Afinal de contas, sabemos que vivemos em um mundo capitalista onde a riqueza ainda é mal distribuída e talvez nem todos alcancem fácil aquilo que sonham. Agora, se tem algo que me tira do sério, são as pessoas oportunistas.

Exemplifico: aqueles cidadãos que vêm te pedir uma moeda depois que você sai de uma festa. Uma ajuda simbólica por terem cuidado do seu veículo – sendo que quando você chegou, o cidadão nem estava lá. Ou então aqueles que pedem dinheiro no semáforo e, quando você não dá, têm a petulância de dizer que “uma moeda não quebra ninguém, parceiro(a)”. Ora, uma moeda não enriquece ninguém também. Já vivenciei situações em que o indivíduo simplesmente começou a cobrar estacionamento por um valor absurdo em uma rua – eu disse rua, a qual, penso eu, é pública, e a cobrança de uma taxa de estacionamento não faz sentido. Afinal, paga-se IPTU e diversos outros impostos para quê?

Não nego o fato de que muitas pessoas podem não ter outra opção e acabam caindo nessa rotina de depender da boa vontade dos outros. O problema é que, misturados a essas pessoas, vivem bastantes espertinhos, que inventam histórias mirabolantes para cortar seu coração e conseguir algum dinheiro. O destino das moedas ou cédulas, depois do teatro, pode ser triste, sendo utilizadas para comprar bebidas ou drogas.

Todo mundo, uma hora ou outra, acaba ajudando essas pessoas. Se o dinheiro foi bem usado ou não, aí é outra história. O que se vê é o descaso das autoridades com essa situação. Secretarias de assistência social existem para isso e, pelo visto, muito pouco tem sido feito para reverter essa situação. Já quanto aos oportunistas de estacionamentos públicos, falta é a fiscalização e pulso firme da polícia, que, infelizmente, faz vista grossa para muitos problemas desse tipo.

15 de dez. de 2010

Escola: a educação começa em casa

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Por estar em uma família onde a mãe é professora há 20 anos ou mais e a irmã segue os mesmos passos, acabo acompanhando um pouco mais de perto a rotina dessa profissão. Há os alunos que dão orgulho, há aqueles que nem animam tanto assim, há a péssima estrutura das escolas, o dia a dia na labuta e as fofocas dos colegas de trabalho. Ser professor, com certeza, é vocação. Deveria haver algum chamado para esse tipo de profissão – já que se vê tantos por aí que nunca deveriam ter escolhido uma licenciatura como carreira profissional.

É preciso muito mais que a teoria aprendida na academia para ser capaz de ensinar aos outros. Paciência, jogo de cintura, poder de argumentação, criatividade. Quem dera que para ser professor bastasse chegar à sala de aula e despejar o conteúdo. Seria bem mais fácil. Entretanto, a arte de ensinar envolve a arte de lidar com pessoas – crianças e adolescentes. E, como todos nós sabemos, lidar com pessoas não é a tarefa mais fácil que existe – ou o mundo não seria do jeito que o conhecemos.

Por isso, fiquei abismada ao assistir alguns trechos do Profissão Repórter – exibido na terça-feira passada na Rede Globo. O tema girava em torno de professores e alunos que enfrentavam dificuldades em sala de aula. Foi mostrada a realidade de três escolas. Uma no Rio de Janeiro, na qual três professoras pediram licença médica; uma em Florianópolis, que fechou as portas depois que a diretora foi atacada com ovos e pedradas por um estudante e outra, na qual havia muitos trabalhadores em sala de aula, pois ali se ministravam aulas para adultos.

O cenário era triste, deprimente – para não dizer assustador ou completamente desanimador. Alunos matando aula na maior alegria e professores encarando salas praticamente vazias. Poucos interessados, muitos simplesmente alheios àquilo que lhes é oferecido: educação. Ninguém teve vergonha das câmeras para dizer que estava fora da sala de aula. Outro disse que desistiu porque as aulas eram muito chatas e ele não conseguia respeitar a professora.

Inversão de papeis? Afinal de contas, de quem é a culpa? A educação começa em casa. Diz a lei que é dever da família e do Estado a educação das crianças. Não se pode deixar que a escola resolva todos os problemas, ou que os professores desempenhem os papeis que são exclusivos de um pai e de uma mãe. É preciso que a família insira na mente dos jovens o poder e a importância da educação para o futuro. À escola cabe ensinar, de forma científica, os conhecimentos adquiridos no cotidiano. Mas o jovem precisa chegar lá sabendo o quanto aquilo será importante caso ele queira desempenhar bem uma profissão e garantir um bom futuro, para si e para a sociedade. Ou, então, ele acabará tendo o mesmo destino dos trabalhadores que voltaram para sala de aula, que dividem rotinas de até 10 horas de trabalho por dia e, mesmo cansados, encaram uma maratona de aulas todas as noites – eles sabem o tempo precioso que desperdiçaram quando a única preocupação que tinham era estudar.

6 de dez. de 2010

Época de planos

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Dezembro é um mês bastante nostálgico. É um mês perfeito e, ao mesmo tempo, cansativo. Perfeito porque é sinal de que as férias se aproximam (nem para todos), a estação mais alegre vem chegando e datas comemorativas são aguardadas com ansiedade. Para os pessimistas, é hora da lamentação pelos planos não realizados. Para os otimistas, é o momento ideal para pensar no próximo ano e tudo que ele reserva de bom.

Fim de ano é aquela época que a esperança surge, não se sabe bem de onde nem por que, dentro das pessoas. Planos são feitos, promessas são juradas, metas são traçadas. O cansaço de 12 meses acumula-se, mas, por outro lado, começa a surgir uma empolgação e força de vontade dentro de cada um, que faz com que todos acreditem que o próximo ano será melhor.

Essa esperança, essa nostalgia de fim de ano, tem dois lados. Para os que têm atitude, é a certeza de que o próximo ano será produtivo – e não restam dúvidas de que o que passou também foi. Para os que muito falam e pouco agem, é uma oportunidade para as desculpites (já faladas aqui). Para esses, os 12 meses que se passaram não foram suficientes para se fazer o que se planejou. Isso porque faltou tempo, surgiram imprevistos, não houve oportunidades.

Vale lembrar que nem sempre 12 meses são suficientes para se fazer tudo que se planejou. Afinal, ninguém é super-herói. Entretanto, terminar o ano sem ter feito nada daquilo que se planejou ou sem pequenos feitos não é motivo para gritar aos quatro ventos que 2011 será diferente. Será apenas mais um ano – e não terá nada demais se não tivermos atitude e corrermos atrás daquilo que queremos. Muito mais do que fazer planos, é preciso executá-los. Já disse alguém famoso por aí que mais vale tentar e errar do que nunca tentar e se arrepender de não ter tentado.

1 de dez. de 2010

Comportamentos inaceitáveis

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Parece que o bom senso e a educação estão virando itens de luxo. Daqui a alguns dias, podem até virar raridade. São comportamentos que estão ficando esquecidos no fundo das mentes das pessoas – e talvez em algumas eles nunca tenham se manifestado. Se somos 6 bilhões de pessoas no planeta, fica claro que viver em harmonia com os que estão ao nosso redor é extremamente necessário. E respeitar os limites dos outros deveria ser tarefa obrigatória.

Deveria, mas, não é. Infelizmente, parece que falta noção para alguns indivíduos. Só isso explica certos comportamentos deprimentes que vemos por aí, como som alto além da conta, buzinas em locais inapropriados e perturbação em horários inaceitáveis. Falo isso por experiência própria, já cansei de perder sono por conta de indivíduos que não têm o que fazer – a não ser, é claro, perder completamente a noção e causar incômodo aos outros. Isso sem falar da depredação de banheiros, rodoviárias, orelhões, pontos de ônibus – tudo que é público, que é do bem comum. Sem citar, ainda, o lixo no chão da praça, da rua, da escola – tudo também do bem comum.

Gostaria de saber se as mesmas pessoas que passam dos limites fazem isso em suas próprias casas. Se perturbam o sono dos pais, se jogam lixo na cozinha de casa, se estragam seu telefone. Engraçado é que ninguém para para pensar que há pessoas dormindo e que precisam trabalhar, que nem todo mundo tem dinheiro pra manter um celular e precisa de um orelhão, e que o lixo jogado hoje no chão pode trazer consequências sérias, para todos, amanhã. Não, egoísmo e egocentrismo vêm em primeiro lugar.

Realmente, a noção de viver em sociedade, o bom senso e a educação parece que estão se perdendo. Talvez por que não exista medo, e sim a certeza da impunidade, e a “sede de emoção”. Sede de emoção? Várias outras coisas causam emoção na vida – sem depredação ou extrapolação de limites. Visitar um abrigo de velhinhos, ajudar uma creche carente ou prestar um serviço voluntário também pode causar emoção. Assim como um livro e um filme. E a certeza de que se está fazendo a coisa certa. Sem incômodo, sem baixaria, sem desrespeitar limites. Parece miraculoso? Eu ainda sonho com um mundo assim.

22 de nov. de 2010

Você sofre com a desculpite?

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De vez em quando, é preciso fazer uma faxina. No quarto, na sala, na vida. Livrar-nos daquilo que não serve mais, de hábitos que incomodam, de papeis que se acumulam, de roupas que não servem mais, de revistas que há muito tempo deixaram de ser atuais. Sou da opinião de que faxinas gerais precisam ser feitas periodicamente. O ambiente fica mais limpo, a vida fica mais clara.

Há alguns dias, fiz uma faxina na papelada acumulada. Muitos materiais da faculdade foram pro lixo, outros, arquivados, na expectativa de que sejam necessários algum dia. Em meio a tantos papeis, encontrei a cópia de um trecho do livro “A Mágica de Pensar Grande”, de David J. Schwart. Lembro perfeitamente que o material foi utilizado na disciplina de Sociologia, no primeiro semestre. Talvez a aula não fosse aquilo tudo, mas posso afirmar que o professor acertou em cheio nesse material, cujo título era: “Cure-se da ‘desculpite’, a doença do fracasso.

Em poucas páginas, é possível tirar grandes lições. Ora, não está o autor coberto de razão ao afirmar que, para se preparar para o sucesso, é preciso estudar as pessoas? E não está certíssimo ao dizer que as pessoas que só realizam coisas medíocres estão cheias de “desculpites”?

Para o autor, as desculpites mais comuns envolvem saúde, idade, azar e inteligência. Porém, uma coisa é certa: ter sucesso na vida não é fácil. Para ser bom naquilo a que você se propõe é preciso esforço e dedicação. Estar em forma também não é tarefa leve. Exige disciplina e determinação. Manter-se sereno e ativo com o passar dos anos não é mole. É necessário cuidar do corpo e da mente para envelhecer de forma saudável. E azar? Bem, se você recusar-se a sair do seu lugar para tentar melhorar a sua vida, fica muito mais fácil dizer que é azarado do que admitir que a situação atual é mais confortável, não?

Pois é. Mas essa desculpa não cola mais. O mundo de hoje, definitivamente, não é para os fracos, que continuarão em sua existência medíocre. O mundo é pra quem luta e batalha. E ponto final. Almeja algo? Livre-se das “desculpites”. Ficará mais fácil agir.

16 de nov. de 2010

Da importância do afeto

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Deu no Globo Repórter: o afeto dos pais na infância faz com que os pequenos não se tornem adultos estressados. Alguém tinha alguma dúvida sobre a importância de carinho, abraços e afins?

Ok, pode ser clichê, mas, na correria louca em que o mundo se encontra – ainda mais nessa época, em que já se declara, por vezes antecipadamente, como desculpa, a velha máxima “é fim de ano, estou estressado – quem se permite uma pausa para curtir os filhos, o marido, o namorado, os pais...? Aquela pausa para dar um abraço, fazer um afago, um chamego... Ultimamente, a pressa, a correria, o estresse, a ansiedade parecem passar na frente de tudo. O resultado? Esgotamento, mau humor, cansaço – sem dúvidas.

A reportagem do Globo Repórter não poderia ser mais óbvia. Afinal de contas, carinho não dói, não gasta e só faz bem. A troca de afetos é de extrema importância em uma família. Óbvio? Talvez. Mas será que essa pequena rotina, tão saudável, é praticada por todos? Um abraço nas horas difíceis, um beijo de bom-dia, um carinho ao final do dia de trabalho. Pequenos gestos dizem muito e fazem, realmente, diferença. Pode ser isso que falta para casais distantes ou filhos que não conversam. Sem carinho, que coragem você tem para se abrir com seus pais? Que vontade você tem para conversar com seu companheiro?

O afeto traduz segurança, porto seguro, confiança. O carinho une pais e filhos, marido e mulher. Com bons sentimentos em uma família, é possível atrair coisas boas. Somos movidos por sentimentos, somos carentes, não vivemos sozinhos. E o mais importante: dizer aquilo que se sente e demonstrar por meio de afagos não tem dia, nem hora marcada. Não vale só para Natal, Ano Novo e aniversário. É uma prática diária, constante. Rotina? Essa palavra lembra algo chato e repetitivo. Demonstrações de afeto, definitivamente, não se encaixam nessa tradução.

10 de nov. de 2010

Pessoas repugnantes

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Que os seres humanos têm defeitos, todo mundo está careca de saber. Algumas pessoas são implicantes, outras chatas, outras inconvenientes, outras neuróticas, outras depressivas, outras intrometidas. Perfeição não existe – e nunca vamos alcançá-la. Afinal de contas, os valores mudam de indivíduo para indivíduo e vale ressaltar que o que é defeito para um pode ser qualidade para outros.

Considero, entretanto, que há três tipos de pessoas abomináveis, as quais eu não consigo suportar. E garanto que essas espécies não agradam a maioria. São os arrogantes, os mal-humorados e os antipáticos.

Os arrogantes devem ter um estômago maior que o dos outros mortais. Afinal, só um estômago bem grande para guardar o ego deles, já que a expressão “rei na barriga” é a que mais se encaixa com esse tipo de gente. Seja quem for a pessoa, doutor, cientista, político, advogado, se for o mais competente, o mais poderoso, o mais importante... nada disso vale sem a humildade. Nada disso vale se essa pessoa achar que é melhor que as outras. E sabe por quê? Porque ninguém é auto-suficiente. Sempre precisaremos de alguém e, por isso, a humildade é fundamental. Além disso, ninguém gosta de estar ao lado de uma pessoa que tem como passatempo pisar nos outros. E fim de papo. Distância de gente assim.

Outro tipinho abominável são os mal-humorados. Todos nós temos nossos momentos de mau humor, nossos dias de pé esquerdo, nossas fases cinza. Refiro-me, entretanto, aos mal-humorados crônicos. Esses sim, são uma espécie difícil de se lidar. Parece que despejam a culpa de sua amargura em todos que estão ao seu redor – e sabe-se lá se tal amargura tem, realmente, algum motivo que justifique tantos olhares tortos. O mal-humorado causa repugnância e raiva. Raiva porque parece que é só ele que tem problemas.

Por fim, e não menos repugnante, está o grupo dos antipáticos. Parece que o mundo anda tão egoísta que ninguém mais faz questão de agradar. Não que você tenha que ser falso, ok? Mas, o que vem prevalecendo é a individualidade. O grupinho dos antipáticos prefere pensar apenas em sua individualidade, sem levar em conta a velha máxima: trate os outros como deseja ser tratado. É triste.

Felizmente, ainda existem pessoas legais no mundo. Afinal, a vida só tem sentido com seres agradáveis ao seu redor. Quanto aos grupinhos citados anteriormente, paciência. Infelizmente, terão que aprender com a vida que um sorriso não custa nada, um bom-dia não faz mal a ninguém e a humildade torna a vida melhor.

2 de nov. de 2010

Onde está o bom senso?

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Quando a gente é criança, na maioria das vezes, aprende desde cedo o que pode e o que não pode, o que é bonito e o que é feio, o que faz bem e o que faz mal, o que leva você para céu e o que leva você para o inferno. Aprendemos a usar “com licença”, “por favor” e “obrigada”; aprendemos que jogar lixo no chão é errado, aprendemos a respeitar os mais velhos e o mais importante: aprendemos que nosso limite vai até onde começa o do outro.

Aprendemos ou deveríamos aprender. Afinal de contas, se pararmos para pensar, se todos levassem pequenos atos e valores a sério, o mundo estaria bem melhor, não é mesmo? Ora, não teríamos que pensar em aquecimento global se todos tivessem consciência ambiental. Não precisaríamos fazer campanha de arrecadação de alimentos e agasalhos se o governo cumprisse seu papel. Não seria necessário pedir para o vizinho baixar o som, pois ele saberia que o volume exagerado poderia incomodar outras pessoas que não estão interessadas naquela música.

Infelizmente, não é assim que as coisas estão funcionando ultimamente. Os valores passados na infância parecem estar esquecidos e as vozes que tentam alertar sobre isso parecem não ser ouvidas. Pouco importa se meu vizinho quer dormir, se o lixo na praça deixa a cidade suja ou se meu colega quer trabalhar enquanto eu assisto a vídeos no computador.

O que falta? Mais bom senso, menos egoísmo. É preciso desenterrar velhos valores, deixar de lado a individualidade e lembrar que não vivemos sozinhos e que, nem sempre, as coisas funcionarão como queremos. Ceder de um lado, ganhar de outro. O mundo poderia ser melhor se os adultos tivessem um pouco do medo de quando eram crianças – o medo de serem punidos pelos pais caso fizessem algo errado. Infelizmente, parece que esse medo não existe mais.

25 de out. de 2010

Quais os seus valores?

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“A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão, balé”. Esses versos de Arnaldo Antunes mostram que as necessidades primárias da sociedade atual não são as únicas que o homem tende a suprir no dia a dia. É claro que felicidade, para muitos, ainda significa ter comida para saciar a fome e um abrigo para onde voltar ao final do dia. Mas também foram criadas novas necessidades ao longo da história da humanidade e os parâmetros atuais que definem o que é sucesso e felicidade mudaram, pois o ser humano buscou formas de melhorar sua vida sobre o planeta. E surgiu a política, a moda, a escola, a ciência, a indústria. E houve a formação de valores que regem comportamentos. Evoluímos. Estar de acordo com os parâmetros ditados, porém, com certeza, está cada vez mais difícil.

Por exemplo, quem não quer ter mais dinheiro? As tentações são muitas. O carro do ano, a casa própria, a balada da moda, a roupa do momento, a viagem dos sonhos. Para muitos, a satisfação das necessidades que são criadas pela sociedade pautada no consumo é o objetivo de vida. Todo o dinheiro do mundo não seria suficiente. Todos os dias, os indivíduos são levados a acreditar que precisam ter ao seu dispor, para continuarem vivos, o iPhone, o iPad, o BlackBerry, o GPS, o Kindle. Tecnologias “indispensáveis” para desempenhar, com sucesso, o papel social e serem vistos como pessoas realmente importantes. A mídia aponta novas necessidades, incute desejos nos mais diferentes públicos. Até que ponto as vidas são norteadas por isso? Para o sucesso profissional, não é suficiente concluir uma graduação. É preciso especialização, mestrado, doutorado, PhD, MBA, ser poliglota, alcançar cargos no alto escalão, viajar o mundo a negócios. Mas você já parou para pensar no que realmente deseja para sua vida? Naquilo que, de verdade, é importante e do qual você não abre mão de conquistar?

É verdade que a tecnologia traz conforto, mas as pessoas poderiam, em primeiro lugar, contentar-se com o nascer do sol. Veja bem, não tenho nada contra todos os itens listados acima. Eu mesma desejo conquistar muitas coisas em minha vida. O problema é que há muitas pessoas que vivem apenas para alimentar as expectativas do mundo que cria novas necessidades só para manter o “atual” padrão, ou seja, apenas por aparência, sem dar atenção para aquilo que, no fundo, realmente importa para elas.

Afinal, o que é essencial na sua vida? Falar inglês e espanhol? Cursar um mestrado? Ter um iPad? Usar a última moda? Ter sua casa própria? Seja qual for o seu objetivo, meta ou sonho, corra atrás dele quando ele for verdadeiro – nunca para manter aparências. Pense: até que ponto suas cobranças valem a pena? Se é para satisfazer os outros, melhor ficar com o velho celular. O que importa é o que te faz feliz, é seguir os seus valores e suas convicções. Não norteie sua vida em primeiro por valores monetários. Os valores humanos devem ser priorizados, pois o valor que se dá ao nascer do sol, todos os dias, faz com que tenhamos consciência da perenidade da vida. E, é claro que a gente não quer só comida.

18 de out. de 2010

O aborto e o processo eleitoral

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Está na capa da revista Época da semana passada. Deus entrou na eleição. Na reta final do processo democrático que vai escolher o próximo presidente do Brasil, o assunto que vem norteando os debates e discursos de Dilma Roussef e José Serra são temas ligados a Deus e a crenças e valores instituídos por diversas religiões.

Os pontos mais polêmicos são, de longe, a questão da descriminalização do aborto e do casamento entre homossexuais. As correntes a favor e contra lançam seus argumentos. No caso da igreja, líderes convencem fieis a votar em tal candidato conforme sua opinião em torno desses temas, abominados por mais de uma religião. Dilma e Serra tentam nadar conforme a corrente. Como vão tratar esses assuntos se forem eleitos? Só esperando para ver. Quem garante que manterão o discurso atual?

Mas, afinal de contas, tratando-se da descriminalização do aborto, qual a principal questão? Não estou aqui para julgar ninguém, aliás, não tenho opinião formada. Só tenho a mesma opinião sobre a maior parte das questões no Brasil: tratam-se as consequências e não as causas.

Ora, muitos dizem que a descriminalização do aborto não vai banalizar o ato. Será? Quem garante? O aborto já é garantido por lei em casos de estupro e riscos à mãe. Fora desses casos, o que mais a legalização significaria? Opção. Para muitas pessoas mais instruídas pode ser que não. Mas para quem não tem informação, pode ser que sim. É difícil prever. Porém, é arriscado legalizar um ato polêmico como esse. Não há unanimidade sobre o tema.

Da mesma maneira que as máquinas de camisinha e as cotas para negros remediam consequências, a legalização do aborto não seria também um tipo desse remédio? Creio que investir em políticas públicas para conscientização sobre o uso de métodos anticoncepcionais e, acima de tudo, em educação de qualidade seria mais adequado, pois as causas estariam sendo tratadas. Afinal, mesmo que uma mulher faça um aborto seguro, as sequelas psicológicas sempre ficam. E, nos casos extremos (estupro e riscos à saúde), o direito ao aborto estaria garantido. Será que a sociedade está preparada para ter o aborto como opção?

14 de out. de 2010

Falta de tempo?

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Tempo. Muitas questões do nosso dia-a-dia – pra não dizer quase todas – giram em torno desse fator. Queremos mais que 24 horas, desejamos mais tempo livre para poder ficar sem fazer nada, temos necessidade de uma brecha na agenda para momentos de descontração. Os papos giram em torno do relógio. “Tudo bem?”. “Sim, como sempre, aquela correria”. Correria, prazos, metas, relógio que não para, de maneira alguma. Dias úteis passam lentamente, fins de semana e feriados são instantâneos.

Para tentar solucionar esses problemas, surgem as fórmulas de gerenciamento de tempo. Organize seu tempo, utilize softwares para suas tarefas, defina prioridades, tenha concentração, termine aquilo que começar. As orientações são imensas. Não faltam artigos na internet falando sobre o tema, palestrantes enriquecem com suas fórmulas, livros sobre o assunto são procurados. E os efeitos reais?

Não acredito em fórmulas mágicas. Primeiro, porque somos seres humanos e não máquinas, que podem ser programadas para desempenhar diversas funções, em tempos pré-determinados. Ao mesmo tempo que desempenhamos nossas obrigações, estamos preocupados com as contas a pagar, com a prova da próxima semana, com a organização da casa, com a documentação do carro. Fatores como esses interferem em nosso desempenho.

E depois, vale a pergunta: quantas de nossas funções são realmente necessárias? Na busca pelo sucesso, pela realização profissional, pela independência financeira, abraçamos funções, assumimos compromissos, queremos fazer muitas coisas. E no fim, é a mesma história: a correria, a falta de tempo. É um ciclo vicioso. O que você faria se tivesse mais tempo? Eu acharia mais coisas para fazer. Vai entender, né?

11 de out. de 2010

Os adolescentes de hoje

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Quando eu paro para analisar os adolescentes de hoje, eu fico me perguntando: será que eu era assim? Difícil falar de uma fase considerada “complicada” e cheia de dúvidas para nós. Os pais parecem ser ditadores, os amigos são os melhores do mundo – e temos certeza de que a amizade durará para sempre -, a escola é legal e ao mesmo tempo chata, descobrimos as delícias e as amarguras que envolvem os sentimentos e não sabemos se queremos ser engenheiros, professores ou alguém famoso.

O fato é que a fase é complicada, mas não é o fim do mundo. Acredito que tudo depende de como é a relação com a família, da educação que lhe foi dada, dos valores que lhe foram repassados. Aliás, isso pode ditar os rumos de uma pessoa pela vida inteira, afinal, como já diz o ditado, “é de pequeno que se torce o pepino”.

Entretanto, aos meus olhos, a maioria dos adolescentes tem se tornado cada vez mais fútil. Bons livros já não importam – vale mais a revista que traz o pôster do ídolo do momento. Internet talvez só sirva para a pesquisa no cômodo movimento copiar/colar. É mais interessante ficar no Twitter enviando milhares de mensagens para ídolos que sequer sabem que você existe. Ou fazer pose de rebelde no Orkut, chegando ao cúmulo do exibicionismo.

Pode ser uma crítica dura, mas o que vejo por aí, infelizmente, é isso. Seria mais interessante que esses jovens despendessem seu tempo livre para outras coisas. Não precisam simplesmente se tornarem monges tibetanos e não ter momentos de ócio. Afinal, todos nós dispensamos alguma parte de nosso tempo para futilidade ou inutilidade. Faz bem não se cobrar o tempo todo. Mas também faz bem ter responsabilidades, ajudar os pais em casa e saber que a vida não é fácil. Não se vive só de ídolos e suspiros. A vida real é bem diferente.

Lazer e diversão, responsabilidade e concentração. Tudo isso é bom, na medida certa. Não é lição de moral, é fato.

Além disso, é bom ter personalidade também. Se você observar os grupinhos, verá que são todos iguais. Roupas coloridas, cabelos escuros, pulseiras que são febre. Não importa qual é a moda, eles andam iguais. Será que curtem tal estilo ou só fazem isso porque todos estão agindo daquela maneira? O que é importante: assumir o seu jeito ou copiar os outros só porque é a “mania” da hora?

O importante é manter o diálogo em casa. Pais e filhos precisam manter um diálogo aberto, constantemente. Seja sobre sexo, educação, lazer, estudos. Tudo isso vai se refletir no desenvolvimento do jovem no futuro e na formação do seu caráter - pode apostar que sim.

6 de out. de 2010

O que o caso Tiririca mostra sobre o Brasil

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Período pós-eleição – ainda mais no intervalo de 1º e 2º turno – rende muito assunto. Os comerciais engraçados, a sujeira nas ruas depois de domingo, a comemoração de uns, a surpresa quanto aos erros das pesquisas. Dá pra escrever um livro. Entretanto, um dos assuntos que marcaram esse pleito foi, sem dúvida, a eleição do palhaço Tiririca, que recebeu mais de 1 milhão de votos e conquistou o cargo de Deputado Federal de São Paulo.

Após o resultado, várias teorias. A de que o povo fez voto de protesto foi a que eu mais escutei por aí. Será mesmo? E se foi mesmo um protesto, será que as pessoas que estão mandando Tiririca pra Brasília vão fiscalizá-lo? Ou ele será apenas mais um no meio de tantos que pouco fazem?

Faz tempo que o brasileiro está descrente com a política. Deve ser por isso que a eleição de figuras “excêntricas” como ele, os integrantes do KLB e atletas como Romário chamem tanto a atenção do público. Talvez as pessoas pensem que, com eles, vai ser diferente. A questão é que, depois que se entra pelas portas do Senado ou da Assembleia, pouco se sabe sobre o que realmente acontece. Todo mundo se corrompe? O sistema é corrompido? Talvez um pouco dos dois, talvez nada disso.

Voltando ao caso Tiririca, o que mais me indigna é a polêmica em torno do fato de o candidato ser ou não ser analfabeto. Primeiro, irrita a maneira como as coisas funcionam no Brasil. O cara se elege, depois decidem verificar se ele sabe ler escrever. Oras, façam isso antes! Não estou defendendo ele. Posso morder minha língua, mas não dá para acreditar que o Tiririca possa surpreender como Deputado.

Outra coisa que me tira do sério é: afinal, quem é o palhaço? Desculpe-me, mas é assim fácil candidatar-se a um cargo público? Basta saber ler e escrever e, se você conquistar votos, terá um bom salário, com direito a auxílio para gastos infinitos e assessores e funcionários trabalhando para você? Engraçado é que nós, que vivemos no mundo “real”, precisamos acordar cedo, ralar muito, fazer prestação de carro, financiar a casa própria. Além, é claro, de ter no mínimo um curso superior – sem contar que esse diploma pouco conta no mercado competitivo de hoje. Precisamos nos dobrar em dois, três para fazer uma especialização, planejar um mestrado, estudar para um concurso.

E para ser deputado? Tão fácil não é? Não te exigem curso superior, nem um currículo exemplar. Por isso que tem tanta gente querendo virar político!

O Brasil é feio. E ponto. Que vergonha!

4 de out. de 2010

País de feios contrastes

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O Brasil é um país de contrastes. Poder-se-ia dizer de antíteses. Observa-se grande extensão continental, variedade de cultura, sotaque, clima, belezas e cores inerentes a cada região. Esse contraste possibilita ao seu povo diversas opções e enriquece a experiência de cada um. Mas, ao contrário das antíteses poéticas, essa contrariedade não é sempre bonita. Há contrastes que envergonham e fazem com que todos esses pontos positivos sejam diminuídos. Violência, problemas na educação e na saúde pública, corrupção. Esses são só alguns dos problemas que precisam ser solucionados – e rapidamente – em nosso país.

Quando o Brasil conquistou a vaga de país-sede da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, eu fiquei muito feliz. Eventos como esse trazem projeção para um país, contribuem para a geração de empregos e incentivam os jovens esportistas a fazer bonito dentro de casa. Ao mesmo tempo, observando os mesmos contrastes negativos, já não tenho tanta certeza de que ser sede desses mundiais esportivos seja realmente bom.

Exponho essa afirmação após uma comparação que fiz entre os contrastes do nosso Brasil, ao ler duas reportagens distintas nas últimas semanas. Uma, publicada na revista Exame, questionava a construção de um estádio no estado do Amazonas, orçada em 500 milhões de reais. Uma obra caríssima, que tem poucas chances de se tornar sustentável antes e depois dos jogos do Mundial, já que a média de público do futebol é de 2 000 torcedores por partida e o estado não conta com nenhum clube nas séries de destaque do Campeonato Brasileiro. O Tribunal de Contas da União já mostrou, através de relatório, que a arena não seria economicamente viável. Muitos defendem que a obra pode virar orgulho dos amazonenses. Porém, um orgulho que vai custar caro para deixar de atender outras necessidade que aflige a população. Um exemplo é o saneamento básico - apenas 11% da população do Amazonas é atendida por rede de esgoto.

Se não bastassem os 500 milhões de reais que serão investidos na obra, há pessoas morrendo por causa de R$520. Uma reportagem de capa da revista Época, há algumas semanas, comoveu-me. Primeiro, porque a vítima era um adolescente. Segundo, porque o que conspirou contra sua vida foi a burocracia, que tanto atrasa nosso país. A vítima, Fábio de Souza do Nascimento, morreu de insuficiência respiratória porque as autoridades se recusaram – mesmo com ordem da Justiça – a fornecer um aparelho simples que o ajudaria a respirar e melhorar sua qualidade de vida. Fabinho, como era carinhosamente chamado, tinha uma doença pulmonar e necessitava de um balão de oxigênio em casa. Seus pais conseguiram o equipamento na Justiça, porém, nunca o receberam, já que a União, o Estado e o município do Rio de Janeiro ficaram seis meses empurrando a responsabilidade um para o outro. Aí, foi tarde demais. E mais uma vida se foi devido à negligência das autoridades. Uma vida inocente, alguém que tinha sonhos, que queria jogar futebol, mas já não conseguia, pois suas condições de saúde, no estágio crítico da doença, não permitiam.

É um absurdo que episódios como esse aconteçam num país que quer gastar 500 milhões em um estádio de futebol, mas nega-se a pagar R$520 (custo mensal do aparelho de Fabinho) para salvar uma vida. Afinal, o que é mais importante? A vida. Como a reportagem de Época argumentou, se a vida está em jogo, primeiro se cumpre a determinação judicial, depois se questiona. Afinal, as instituições devem estar a serviço da sociedade, e não a sociedade a serviço das instituições. Até quando vamos pagar impostos que nenhum retorno nos trazem? Quantos inocentes serão vítimas do descaso e da burocracia? São esses casos que precisam deixar de existir para que prevaleçam apenas os aspectos positivos no Brasil.


Para ler a reportagem da Época, clique aqui.

Para ler a matéria da Exame, clique aqui.

28 de set. de 2010

Eu não sou uma loser

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Desde que “os sutiãs foram jogados na fogueira”, a mulher passou por uma verdadeira revolução. Deixou de ser apenas responsável pelos cuidados com os filhos e a administração da casa e passou a assumir diversos papeis. Passou a concluir estudos, ingressou no mercado de trabalho, virou gestora e adquiriu independência – não precisa mais depender de um homem financeiramente. Além disso, com a invenção da pílula anticoncepcional, passou a ter controle do seu relógio biológico, podendo planejar sua vida com calma e estabelecer objetivos para a mesma.

Ao mesmo tempo em que a mulher conquistou seu lugar ao sol, a ela sobra, muitas vezes, a cobrança pela atualização constante e a culpa por não dar conta disso tudo. Além de administrar uma casa (mesmo que se tenha empregada doméstica, é preciso estar de olho), preocupar-se com os filhos e dar conta do trabalho fora, a mulher precisa estar sempre bonita, com o visual em dia, estudando cada vez mais, almejando cargos maiores.

Acho que todas nós, em alguma fase de nossas vidas, paramos para pensar no que estamos fazendo. Estou correndo atrás de meus objetivos? Quando alcançarei minhas metas? Como será a minha vida no futuro? Onde quero estar daqui a X anos? E o mais importante: o que estou fazendo para isso?

Uma matéria na revista TPM do mês de agosto parecia trazer respostas para os anseios das mulheres. Intitulada Fora de ritmo, a reportagem prometia mostrar porque você não é uma fracassada.

Não fala inglês e já tem 20 anos? Ainda na casa dos pais aos 25? Mais de 30 e ainda não sentiu o reloginho biológico bater? Nunca ouviu falar em home broker aos 35 anos? Vai fazer 40 e nunca foi convidada para dar uma palestra? Em que planeta você vive? Provavelmente, no dos fracassados. Pelo menos, é nisso que querem que você acredite.

Parecia ser a matéria perfeita para fazer qualquer mulher se sentir aliviada. Entretanto, na minha opinião, faz você se sentir mais loser ainda. Os exemplos mostrados são invejáveis. Menininha de 20 falando dois idiomas e colecionando intercâmbios e viagens ao exterior, mulheres de 30 em cargos invejáveis e de 35 recebendo menção honrosa, aos 25 adquirindo apartamento próprio. Wow! Para tudo!

A matéria em si é boa, mas as personagens colocam qualquer mulher mortal no chinelo. Afinal de contas, a gente se esforça, quer ser poliglota, ganhar muito no fim do mês pra comprar tudo que se tem vontade e conhecer Paris, deseja ter seu próprio negócio. Mas o mundo real não é um conto de fadas, onde tudo acontece num passe de mágica. Há quem acredite em um sonho e não tenha investimento para isso. Tem gente que rala financiando faculdade, trabalhando o dia todo, sem sobrar grana ou tempo para estudar inglês ou economizar para uma viagem.

Sommelier-chefe de 20 anos, atriz da Globo, editora da Vogue, dona de agência e cineasta, definitivamente, são exemplos que deixam você se sentindo uma perdedora. E afirmar isso não significa colocar as “mortais” em posição de vítima. Só acho que teriam exemplos muito mais reais, convincentes e estimulantes para mostrar. Não falar inglês ainda, não ter feito um intercâmbio e não possuir seu próprio apartamento dependem de vários fatores. Não tê-los conquistado não significa ser perdedora, afinal, o fato de não estar parada e correndo atrás do que se quer conta muito.

Quer saber? Pese o que te faz feliz. Se falar inglês não é seu objetivo, desencana. Cada um tem seus sonhos e ambições e se isso te faz feliz, é o que importa. Basta correr atrás. A conquista de algo que almejamos pode ser cansativa e longa, mas, recompensadora.

Leia a matéria aqui. Muitas que comentaram também ficaram indignadas.

27 de set. de 2010

A polêmica das máquinas de camisinha

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Uma decisão do Ministério da Saúde vem criando polêmica – ela prevê a instalação de 40 máquinas de preservativos em escolas de todo país, inclusive em Florianópolis, Santa Catarina. Para ter acesso ao preservativo, o aluno precisa estar matriculado no Ensino Médio. É preciso digitar o número de matrícula e uma senha no visor da máquina. Por mês, cada estudante tem direito a 20 unidades.

A atitude vem gerando opiniões contraditórias - há quem concorde, há quem discorde. Não tenho opinião completamente formada. Trata-se de uma iniciativa nunca vista, que mexe com um assunto que ainda é tabu para alguns jovens, ou experiência vivida para outros.

Entretanto, há uma questão peculiar no meio disso tudo, que precisa ser lembrada: boa parte das pessoas não usa camisinha porque não quer, mesmo sabendo de sua importância. Seja pelo argumento de “chupar bala com papel”, seja por acreditar que uma DST não combina com alguém “limpinho”, ou seja, por achar que essas coisas só acontecem com os outros. Afinal, as campanhas do Ministério da Saúde alertam (embora apenas durante o Carnaval), os jornais avisam, algumas escolas trabalham o assunto muito bem e alguns pais comentam sobre o perigo do sexo desprotegido. Entretanto, não se vê erradicação da AIDS e de outras doenças. Além disso, há quem tenha na cabeça como preocupação principal a gravidez indesejada, e, assim, confie apenas na pílula anticoncepcional ou outros métodos que só impedem a fecundação, não a contaminação.

O que é preciso fazer? Tratar as causas, não as consequências. Entretanto, isso é rotina no Brasil. O sistema de cotas beneficia quem teve condições precárias de estudos, facilitando a entrada na faculdade. A vacina contra a Gripe A fez muitos esquecerem os hábitos de higiene. Da mesma maneira que os coquetéis para AIDS trazem conforto caso você adquira a doença. E a escola passa a ter mais uma responsabilidade, além das muitas outras que já lhe foram atribuídas, sem que os principais agentes desse local, os professores, fossem consultados. À escola cabe, sim, o ensino. Não se pode dispensar o conhecimento. E o diálogo. De nada adianta oferecer saídas sem conscientização. A instalação dessas máquinas requer debates – é preciso ouvir toda a comunidade: pais, professores, gestores e alunos. É necessário dialogar. E tomar cuidado com possíveis estereótipos que podem surgir com objetos como esse no pátio escolar, quando a idade dá margem para todo tipo de brincadeira, fofoca e ofensa. O menino que retira camisinhas é garanhão. A menina que faz isso é fácil. A escola terá estrutura para lidar com tudo que essa máquina vai trazer? E quem garante que camisinhas não chegarão até as mãos dos alunos de séries fora do Ensino Médio? E quem vai dizer se a máquina vai banalizar ou incentivar o sexo? Tudo que é proibido causa curiosidade, principalmente na adolescência, a fase das descobertas.

São mais que máquinas. São mudanças que chegarão às escolas. E talvez nem todas – e nem todos – estejam preparados para ela.

Talvez o governo devesse pensar em investir em mais livros, melhores salários e estrutura adequada para as escolas.

21 de set. de 2010

Tristezinhas...

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Tem dias que é preciso chorar. Acho que essa é uma válvula de escape de muitas mulheres. Ou então, simplesmente ficar triste. Sem um motivo que mereça o luto 24 horas, mas por pequenas pedras que se acumulam pelos caminhos da vida e, num momento oportuno – ou não – causam a explosão, a chuva de lágrimas. Eu diria que, sem uma choradeira mensal, muitas mulheres já teriam enlouquecido. Ou, largado a postura politicamente correta, colocando em risco, assim, empregos, relacionamentos e amizades.

É o estar sensível, a virose de tristeza. Ela chega de mansinho, através de um acontecimento aqui, um aborrecimento ali, um cansaço acolá. Por vezes, a tristezinha temporária avisa. É quando você acorda e sente algo estranho, parece adivinhar que algo vai cruzar seu caminho – e não será bom. Até que o fato não se consolide, a agonia continua. E você sente medo dela. É porque ela já te acompanhou outras vezes e você sabe que a danada não traz coisas boas.

Não é nenhuma tragédia grega, não é o fim do mundo, nem a morte de ninguém. Mas é o suficiente para te deixar down, sem vontade de fazer o que faz de costume, sem muita vontade de sorrir. Dá vontade de dizer verdades, de gritar com quem te deixou assim (se foi alguém), de sumir, de mudar de ares, de fugir pra bem longe. Em poucos minutos, muitas coisas passam pela cabeça. E elas chegam. As lágrimas.

Ah, as lágrimas. Elas molham o rosto, fazem você soluçar. Aí você se recorda de um pequeno fato que estourou seu limite de boa moça e dá pequenos gritinhos desesperados de choro. E chora mais e mais. Quem está do seu lado só pode te confortar. Se não houver ninguém, só resta o travesseiro. Músicas lentas também ajudam. O olho incha, o corpo relaxa, pequenos soluços quebram o silêncio. E depois, passa. A vida faz sentido de novo.

É quase uma sessão de descarrego. Sorrir faz bem. Chorar também.

Don’t worry. Be happy.

20 de set. de 2010

Seja indispensável

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Que Steve Jobs e Bill Gates são dois nomes super conhecidos no mundo da tecnologia, todo mundo sabe. O primeiro lança necessidades e abre mercados com seus Ipods, IPhones e IPads. O segundo criou a Microsoft e os sistemas Windows, presentes em mais de 90% dos computadores de todo o mundo, e já esteve no topo da lista dos homens mais ricos do mundo.

Quem vê Jobs apresentando seus “brinquedinhos” inovadores, e Gates deixando a Microsoft de lado para se dedicar à filantropia, pode pensar que os dois chegaram ao topo facilmente. Mas como toda história de sucesso, tanto um quanto outro trabalhou bastante e o mais importante de tudo: acreditaram em suas ideias e ideais.

Há muitos anos, antes do computador, quem poderia imaginar que essa máquina causaria tantas mudanças em nossas vidas e facilitaria tantas coisas? Muitas pessoas sequer pensavam nisso. Não Jobs e Gates. Universitários, barbudos, meio hippies, eles viram, cada um a sua maneira, que o computador era um bom negócio. E da mesma maneira que as bandas de garagem, foi nesse cômodo propício à criatividade que nasceram os computadores da Apple, por exemplo. Foi num quarto de hotel que Gates e seus colegas instalaram a sede da Microsoft. Tampouco importavam os trajes ou a estrutura – eles tinham uma ambição.

Certa vez, disse Gates: “Faça com que as pessoas precisem de você”. Quando se alcança esse patamar, o sucesso é quase garantido. Afinal, ao criar necessidades, você faz com que as pessoas não vivam mais sem o seu produto. Essa é, certamente, uma estratégia a ser seguida não somente pelos empreendedores, aqueles que têm na empolgação por suas ideias o combustível para alcançar o sucesso, mas também pelas pessoas comuns, pelos estudantes que estão saindo da faculdade e pelos trabalhadores insatisfeitos com suas funções. Torne-se necessário e indispensável. Caso contrário, você será apenas um em meio a milhões.


Recomendo: filme “Piratas do Vale do Silício”, que narra a trajetória de Steve Jobs e Bill Gates.

15 de set. de 2010

Ser feliz ou ter razão?

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Oito da noite, numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo e ela consultou no mapa antes de sair. Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que vire, na próxima rua, à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderiam ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado. Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno. Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber: -Se tinhas tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devias ter insistido um pouco mais... E ela diz: -Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!

MORAL DA HISTÓRIA:

Esta pequena história foi contada por uma empresária, durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente, de tê-la ou não. Desde que ouvi esta história, tenho me perguntado com mais frequência:

'Quero ser feliz ou ter razão?' Outro pensamento parecido, diz o seguinte:

'Nunca se justifique. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam. '

Recebi isso por e-mail hoje e achei tão interessante, que resolvi compartilhar aqui. Afinal, em quantas discussões que não valem a pena você entra? Até que ponto vale estragar seu dia para provar que o céu é azul e a grama é verde? De que maneira essa discussão vai afetar a sua vida? Muitas vezes, é preciso fazer o velho exercício e contar até 10. Agora, junte à sua receita o exemplo da mensagem acima ao seu pensamento.

Quantas discussões bobas não acabaram em estresse, caras feias, mal humor e até tragédias no mundo? Estamos cada dia mais impacientes e intolerantes. Creio que seja importante acrescentar o equilíbrio em nossas vidas, para melhorar nossas relações e evitar aquele tipo de discussão em que o que cada um quer, na verdade, é ficar com a última palavra – que não vale ouro, nem cerveja, nem promoção no trabalho. Geralmente, essa última palavra passa a impressão de arrogância – ou de que não se sabe perder. E saber perder, no nosso mundo, é fundamental.

14 de set. de 2010

Aproveitar a vida

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Gosto de comprar. Aliás, acho difícil encontrar uma mulher que não goste de entrar em uma loja, conferir lançamentos, escolher um sapato novo ou eleger um novo vestido. Futilidade? Depende. Torrar todo o salário em sapatos, bolsas e roupas talvez possa ser considerado um ato fútil. Porém, reservar parte do rendimento para fazer um agrado a você mesma faz bem. Quando falo em agrados, não quero dizer somente roupas e afins. Há quem não ligue tanto para as tendências da moda também. Mas essa não é o assunto agora, até porque, a moda também gira em torno de usar aquilo que faz você se sentir bem. O que quero falar é sobre aproveitar a vida.

O dinheiro não traz felicidade sozinho, mas, se bem utilizado, pode proporcionar prazeres inesquecíveis. Como a delícia de aprender um novo idioma, o bem-estar de ler um bom livro, as boas lembranças de uma viagem tão sonhada e a nostalgia de ver de perto o cantor de quem você é fã. Ao lado das pessoas certas, aquelas cédulas valiosas podem proporcionar sensações que serão lembradas pelo resto da vida. Aliás, dizem os estudiosos que a chave da felicidade está nos momentos bem vividos.

E já que estamos falando nisso, preciso dizer que o que me indigna é o mão de vaca, o casquinha. Aquele que junta dinheiro debaixo do colchão – ou no banco, para usar um linguajar mais moderno – e esquece viver. Sim, é preciso guardar dinheiro, afinal, todos nós sonhamos com o carro e a casa própria e ainda por cima, como se não bastasse, a saúde de ninguém é de ferro e nunca sabemos quando vamos precisar de médicos e remédios. Porém, é preciso dosar e também saber aproveitar os melhores momentos da vida. Quando se tem saúde para passear, quando se tem memória para aprender, quando se tem pique para conhecer. Num piscar de olhos a vida passa, e quando nos damos conta, obrigações e responsabilidades já nos tomam muito tempo – assim como a idade.

Afinal, você conta moedinhas para que? Para garantir um caixão bonito? Quando o sangue não correr mais pelas veias, nem o coração bater forte, não sobrará nada. Todos nós temos o mesmo futuro. Portanto, vamos viver o presente.

13 de set. de 2010

Sobre a morte

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Certas coisas me intrigam muito e eu tenho a plena certeza de que algumas delas causarão desconforto pelo resto de minha vida. Uma delas é a morte. Já falei desse assunto em duas ocasiões no meu blog, porém, pela terceira vez, sinto vontade de escrever mais sobre isso. Talvez porque, em apenas uma semana, três pessoas conhecidas se foram – e essas três pessoas vão fazer falta para pessoas muito queridas para mim.

A morte é a única certeza que temos na vida. Você não sabe se vai acordar amanhã, não sabe se vai viajar nas próximas férias ou se vai ter dinheiro para adquirir um novo carro. Você só sabe que vai morrer um dia. Não sabe se a data está próxima, se está distante. Não conhece a causa – não tem ideia se será lenta, se será rápida. Não sabe se terá tempo de fazer tudo que queria, conhecer todas as cidades que sonha conhecer, visitar todos os lugares que sempre quis visitar. Provavelmente não, já que o ser humano nunca está plenamente satisfeito – e essa é justamente a essência da vida: ter algum propósito.

Quando alguém perto de mim se vai – não um parente ou amigo, mas pessoas próximas, como as que eu citei aqui – eu me ponho a refletir sobre o assunto. Afinal, vai chegar a hora em que as pessoas que mais amamos vão nos deixar, para sempre. E, por mais tentemos, nunca estaremos preparados.

Aqui, o ditado pode ser piegas ou “chavão”, mas é o mais verdadeiro: nunca, nunca, deixe para dizer depois às pessoas o quanto elas são importantes na sua vida. Demonstração de afeto e carinho não faz mal. Não gasta e não dói. Muito pelo contrário: desperta bons sentimentos e causa boas sensações. Adoro Natal, Ano-novo, Dia dos Pais e das Mães, aniversário e Páscoa. Mas esses dias são celebrações pontuais. Para dizer “eu te amo” e “você é importante” não é necessário hora, nem local marcado. Afinal de contas, o que importam são as pessoas, o sentimento que temos por elas e o que nos deixa unidos.

Afinal, infelizmente, não temos bola de cristal e não saberemos quando elas vão nos deixar – ou nós vamos deixá-las. Uma doença pode surgir, um acidente pode acontecer, uma fatalidade pode ocorrer. Triste? Trágico? É, porém, infelizmente, são as regras da vida – e não há nada que possamos fazer para mudar isso. Resta a nós, apenas, aproveitar a nossa vida – e as pessoas que fazem parte dela – enquanto há tempo. Pense nisso.

10 de set. de 2010

A nova mulher de 20

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A revista Época dessa semana trouxe uma reportagem especial sobre o que pensam e o que querem as mulheres na faixa dos 20 anos. Alguns fatos são bem interessantes – em certos pontos, essa mulher evoluiu; em outros, ela se parece com sua mãe ou avó.

A pesquisa indicou que a grande maioria delas adia a saída da casa dos pais e tem como prioridade a carreira e os estudos. Ora, antigamente, as mulheres casavam-se cedo e a elas sobrava o ofício de cuidar da casa e dos filhos. Quem sabe, mais tarde, com os filhos crescidos, elas procurariam algum emprego ou buscariam especializar-se através dos estudos. Quantas mulheres você conhece que seguiram esse caminho?

É bom saber disso. Afinal, é importantíssimo conquistar a independência financeira, ser dona do próprio nariz e poder adquirir suas próprias coisas. Esse novo comportamento da mulher reflete muito bem isso. Ela quer mais que a faculdade e um simples emprego. Busca a atualização constante e almeja cargos e salários melhores. Um comportamento de atitude, que mostra que essas trabalhadoras não ficam esperando uma chance cair do céu. Além disso, divertem-se, consomem, vivem.

Tudo isso, porém, é perseguido agora com um objetivo para o futuro: casar e ter filhos. A maioria das mulheres mostrada na pesquisa prefere investir bastante em suas carreiras agora para, mais tarde, após a estabilidade, poderem dedicar-se aos filhos. É o sonho da maioria delas – e o sonho que foi de muitas mães e avós.

Quase todas as mulheres sonham com o mesmo conto de fadas – casar e ter filhos . A diferença é que agora elas pensam primeiro em seu bem-estar e correm para alcançar seus planos. A ordem dos fatores se inverteu, mas no fim das contas, todo mundo quer chegar em casa e encontrar um colinho, uma pessoa para conversar, alguém com quem se pode contar. São esses pequenos detalhes que fazem a conquista das coisas tornar-se mais prazerosa.

8 de set. de 2010

Antipatia

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Há três coisas que me indignam no ser humano: mau humor, arrogância e antipatia. De duas já falei aqui e aqui. Falta falar sobre a antipatia, assunto repugnante. Na realidade, acho que o antipático é um mal-humorado crônico. Pode ser até uma missão difícil diferenciar um mal-humorado de um antipático. Os dois me causam um desconforto e uma indignação tão grandes ao ponto de eu querer me livrar o mais rápido possível da presença de tal pessoa. O arrogante também me causa semelhante sensação.

Não tem como aturar um antipático. A pessoa que não esboça um sorriso e não faz o mínimo esforço para parecer legal simplesmente não merece nosso tempo e atenção. Ela tem cara trancada – para não dizer feia –, parece que está sempre “de saco cheio” do mundo e não demonstra nenhuma emoção ao falar com você. Olha, sinceramente, esse tipo de pessoa faz eu me sentir mal.

Você tenta ser simpático, dá um sorriso, diz um bom dia e... nada. Não dá para entender. Tudo bem que a vida anda corrida, o mundo está cheio de problemas, o tempo não colabora e o dinheiro no fim do mês não é dos mais animadores. Mas, se fosse por isso, a humanidade estaria perdida. Afinal, todo mundo tem um problema. Nem assim todos os seres humanos são antipáticos.

O antipático contamina ambientes. Atendente de loja antipática? Cruzes. Perco a vontade de olhar, de comprar. Sério. Professor antipático? A matéria pode ser a mais interessante e se tornará a mais chata. Chefe antipático? Com certeza, o funcionário vai procurar um novo emprego o mais rápido possível. Vizinho antipático? Nem pensar em pedir pra ele tirar a sacola de lixo do corredor. É capaz de te comer com os olhos.

Parece que a antipatia é como doença crônica. Não interessa se faz sol lá fora ou se o time do coração ganhou. Não importa o quão prestativo você é, tampouco se você se esforça para tratar tal pessoinha bem. Nem isso faz ela abrir a cara trancada e mostrar os dentes. Não existe nenhum movimento em sua face. Parece até que a cara está cheia de botox, que impedem os movimentos. Da próxima vez, tente essa desculpa então, ok? Levar fama de antipático, definitivamente não é bom.

6 de set. de 2010

Felicidade depende de momentos e pessoas

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A ciência parece ter descoberto a chamada fórmula da felicidade. A capa da revista Galileu de setembro anuncia: não é autoajuda, é ciência. Pesquisadores afirmam que sapatos caros, o carro do ano ou o celular da moda trazem apenas felicidade instantânea, temporária. Na realidade, o que vale, de verdade, são as pessoas.

Ora, ora. Isso não é novidade, não é mesmo? Afinal de contas, de que vale uma mansão na praia ou um carro bonito, se você não tem pessoas das quais gosta ao seu lado? Com quem compartilhar os momentos de prazer, senão com os amigos, familiares e amores?

Segundo a reportagem, a relação entre pequenos prazeres do dia a dia e felicidade é três vezes maior do que entre felicidade e riqueza. Veja bem: o novo estudo não propõe votos de pobreza, mas, sim, uma melhor distribuição dos gastos do mês. De acordo com especialistas, as pessoas devem investir em algo que traga boas experiências: viagens e cursos, por exemplo.

Está explicada, assim, a culpa que muitas pessoas sentem quando compram algo de que não precisavam. É a tal felicidade – ou empolgação – instantânea. O novo apenas pelo simples prazer de ter o novo não acrescenta – ao contrário, pode ampliar aquela sensação de vazio.

Porém, eu digo mais. Se só dinheiro bastasse, os empresários de sucesso ficariam apenas gerenciando suas finanças. A poupança, por exemplo, renderia bastante para quem tem muito. O suficiente para se viver em um lugar paradisíaco pelo resto da vida.

Entretanto, o que fazem Eike Batista, Antonio Ermírio de Moraes e Abilio Diniz? Ao que eu saiba, não estão tomando um drink na beira da praia. Ao contrário, estão pensando nos próximos passos, nos próximos negócios, nas próximas oportunidades. Querem mais dinheiro? Pode ser. Porém, eu diria que eles também têm um propósito na vida: gostam do que fazem, sentem satisfação pela labuta, são felizes.

É bom pensar nisso também. Se o seu trabalho não te deixa feliz, gaste mais tempo pensando em uma saída. Afinal de contas, você passa a maior parte do seu tempo dedicando-se a ele.

Dinheiro não traz felicidade. Pode, sim, levar-nos a ter momentos com esse sentimento. Mas só ele sozinho não dá conta do recado. A vida precisa estar repleta de pessoas, aquelas com que vale a pena bater um papo e passar bons momentos. Esses, sim, ficarão na memória e, possivelmente, serão lembrados como sinônimo de felicidade.

2 de set. de 2010

Arrogância

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Detesto gente arrogante. Não que isso seja um desgosto inédito, afinal, arrogância não deve ser apreciada pela maioria das pessoas. Talvez nem os mais arrogantes suportem pessoas iguais a eles.

Isso porque o arrogante, em primeiro lugar, acha que é a última bolacha do pacote. Na realidade, acredito que todo mundo, de alguma maneira, tem algum motivo para se achar. Ou porque é bom na matemática, ou por ter boa memória ou devido ao corpo escultural. A diferença é que há aqueles que fazem questão de transparecer o “achismo”. Beleza. É legal a gente se valorizar. Cada um, cada um. Só que tem aqueles que acham que o seu dom, profissão ou habilidade lhes dá o direito de humilhar os outros. Ou achar que, por isso, são melhores que os outros.

É triste. Justamente porque a arrogância não convence, não causa admiração. Muito pelo contrário. Causa nojo, repugnação. Quando eu percebo que alguém é arrogante, evito ao máximo ter que falar com essa pessoa. Não dá. A pessoa se acha tanto, que não enxerga nada além da ponta do nariz. Complicado engolir gente assim.

Dentro de você, à medida que o arrogante mostra suas garrinhas, dá vontade de falar muitas coisas. Entretanto, essa vontade, na maioria das vezes, precisa ser reprimida, em nome do “politicamente correto”. Até porque, não dá para se indispor com certas pessoas. Dizer a verdade para um arrogante pode valer um emprego, uma oportunidade ou o bom clima na turma. Que mundo complicado, né?

Milhares de possibilidades brotam em sua cabeça. Vontade de mandar o mala pro inferno ou de dizer que ele não está com essa bola toda. Quer saber? Você não é esse gostosão. Você não sabe nada. Cante de galo em outro terreiro. Mas você conta até 10, releva, respira fundo e esquece. E mantém a classe, sempre. Dá pra não sair por baixo, sem baixar o nível... Arte que se aprende com o tempo.

Tem coisas pelas quais não vale brigar, criar rugas ou cabelos brancos. Disse um amigo meu: “Nessas situações, para e pensa: vale a pena?”. É um bom exercício. Comprar briga com gente arrogante não vale a pena. O que vale é a consciência.

1 de set. de 2010

Sobre a angústia da morte 2

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Não que a morte seja meu assunto preferido – e creio que não leva ninguém ao delírio verbal. A verdade é que talvez hoje seja um dia mais propício para escrever sobre ela do que no outro dia em que fiz isso.

Hoje meu pai me falou que um jovem em minha cidade natal faleceu. Um conhecido, que se foi de forma trágica. Da mesma maneira que aqui em Tubarão e em outras partes do mundo outras pessoas se foram. Pelo caminho que fiz hoje, passei em frente à funerária, onde muitas pessoas foram levar seus sentimentos. Dois velórios aconteciam, simultaneamente. Para fechar, assistindo meu seriado favorito, um personagem querido também partiu. Chorei como criança. Não porque eu me envolva de maneira a acreditar que aquilo é verdade. Mas, sim, por conseguir transportar-me, conseguir, de alguma maneira, sentir, por alguns momentos, aquela dor. Já dizem que a arte imita a vida e, nesse quesito, nada é ficcional.

A morte será sempre o maior mistério da vida. Aquilo para o qual, por mais que a gente tente se preparar, nunca estaremos prontos. Não importa se a morte foi lenta, no leito de uma UTI, ou se foi um susto, como uma tragédia ou infarto. Tampouco conta o fato de a pessoa em questão ter 2 ou 80 anos. O que importa é o sentimento em jogo. Se há amor, carinho e respeito, uma pessoa nunca será dispensável ou substituível. No emprego, no jogo ou no clube, pessoas não são insubstituíveis. Mas, dentro de nossos corações, elas são. Ninguém é igual a ninguém. Pessoas chegam em nossas vidas, vão embora, deixam marcas. O tempo atenua a dor, mas jamais deixa-nos esquecer daqueles que, de verdade, tocaram nosso coração. A lembrança pode ser mais escassa, a dor pode ser menos intensa. Porém, a saudade, o sentimento intraduzível, que aperta o peito e traz aquela sensação de vazio, essa sim, nunca é atenuada.

No episódio ao qual assisti hoje, uma passagem me chamou a atenção: afinal, por que nos apaixonamos e nos envolvemos com as pessoas, ao ponto de nos entregarmos e deixar que sua ida nos destrua? Não há resposta. Vivemos para isso. De que vale a vida sem sentimentos como o amor das pessoas que queremos bem: família, amigos e amores? Nada. Viver sem isso é como padecer no vácuo. Sem rumo, sem vontade, sem cor.

No fim das contas, a morte continuará sendo aquilo que sempre foi: aquela angústia e a certeza de o fim é o mesmo para todos.

30 de ago. de 2010

Mulheres de atitude

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Já falei de empreendedores por aqui, assim como já falei de atitude. Acho que o empreendedorismo está ligado diretamente à atitude – e também à visão de futuro, criatividade e paciência. Mais do que saber que pequenos negócios podem, sim, prosperar e dar certo, seguindo a lógica visão + atitude + criatividade, é interessante poder conferir exemplos de perto e comprovar tudo o que lemos nos livros e revistas de negócios.

Sabe aquelas histórias legais que você assiste no “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”? Elas não são como os príncipes encantados, que só existem nos contos de fadas. Negócios que deram certo podem estar mais perto do que você imagina, basta observar bem.

É muito interessante ver a alegria e satisfação de quem acreditou e lutou por algo. Foi o que aconteceu comigo há cerca de 15 dias, quando estive em minha terra natal, Meleiro, e conheci o trabalho de pessoas que fazem acontecer. Por iniciativa própria, decidi entrevistá-las e mostrar seus trabalhos em meu outro blog, o Habitat Feminino. Por quê? Em primeiro lugar, para derrubar o ditado que diz que santo de casa não faz milagre e em segundo, valorizar pessoas da região, mostrando que os trabalhos merecem destaque. Marcas grandes já possuem visibilidade e há muita coisa de qualidade sendo feita por aí – e que não possui divulgação ou reconhecimento necessário.

Minhas entrevistadas foram três, uma que se dedica à moda íntima, outra que trabalha com moda íntima e moda praia e a última cria e confecciona bijuterias. Sabe o que mais me impressionou? Foi saber que todas elas eram completamente leigas quando começaram. Sem curso, sem aperfeiçoamento. Acreditaram, meteram a cara e hoje são realizadas – todas se mostraram completamente apaixonadas pelo que fazem e ganham dinheiro fazendo o que gostam. E não param por aí. Elas querem mais, pensam no futuro, querem crescer, fazer negócios, inovar. Estão por dentro das tendências, valorizam a qualidade; enfim, são empreendedoras. Mulheres de atitude, que não esperam nada cair do céu e vão à luta.

Olhar para essas mulheres e conhecer a história de vida delas não me causou inveja. Muito pelo contrário – trouxe satisfação e orgulho. São exemplos de inspiração – aqueles que fazem você vencer o tédio e a preguiça nos momentos de desânimo, levantar a cabeça e continuar a trabalhar.


Para conhecer os exemplos que citei na coluna, visite o Habitat Feminino.
Clique aqui para conhecer a história da Jô, da Rara Design e aqui para conhecer a história da Silvana, da Morena Flor.

27 de ago. de 2010

Casos e acasos de um míope

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Você usa óculos, lentes ou afins? É míope? Precisa apertar os olhinhos para enxergar alguém quando está sem os seus apetrechos? Não, seus problemas não acabaram – ao menos que você faça a cirurgia corretora; mas isso aí é escolha de cada um e papo pra outro dia. O assunto aqui é hoje gira em torno dos micos pagos pelos míopes. Ah, somos tão especialistas em pagar micos...

Como é triste ser míope. Ontem, estava em uma empresa esperando para uma reunião e as pessoas passavam de longe, olhavam para mim, acenavam, e eu só conseguia ver vultos. Parece que ensaiavam sorrisos – ou caretas, afinal se você me mostrar a língua e eu estiver sem óculos nem vou notar – e eu ficava com aquela cara de hã? Na dúvida, acenava e, pela fisionomia, tentava reconhecer quem era a criatura que estava me cumprimentando.

Veja só, o míope passa por antipático. É... tem alguém do outro lado da rua que te abana e você nem aí – na dúvida, é melhor fingir que não viu, não é? Afinal, você corre o risco de acenar para alguém que sequer viu que você passou – o alvo daquela pessoa era outro e você nem notou. Quem mandou andar sem óculos?

Aí, quem não sabe da sua falta de visão, pode sair por aí te difamando. “Ora, ora, como a Laura é julgada né? Nem olha pra nossa cara”. Não, gente, não sou julgada, sou míope.

Triste é ler placa de informações sem óculos. Principalmente quando você não tem como chegar mais perto das letrinhas. Hum, o que será que diz aquele anúncio? Qual a propaganda do outdoor? A placa pela qual eu passei dizia que era proibidio virar aqui? Crash. Batida. É, era proibido.

Mas, quando o míope encaixa seus óculos ou coloca suas lentes, um novo mundo se mostra para ele. Ah, imagens com definição HD, cores nítidas, formas reconhecíveis. Que milagre fizeram os inventores dos óculos e lentes de contato!

Porém, tem aqueles que não gostam de andar a toda hora com os óculos. Imagine o míope na balada. Não sai com óculos porque fica com cara de nerd. Prefere arriscar-se na escuridão – o que torna sua situação drasticamente pior – e sair por aí sem óculos. E as lentes? Ah, talvez ele não tenha dinheiro para comprar – preferiu trocar a armação antiga, que já tinha 5 anos, em suaves 24 parcelas. E lá vai ele ou ela.

A primeira batalha é no trânsito. Míope sem óculos deveria ter aviso no carro, assim como os aprendizes de motoristas. Cuidado: semi-cego ao volante. Ele adivinha as placas, vê os carros pela luz e anda devagarinho para não fazer nenhuma besteira. Ufa. Até que deu certo.

E na badalada festa então, coitado do míope. As luzes piscando sem parar, a fumaça do cigarro, aquela gente toda se espremendo em um cubículo. Ele bebe whisky achando que é guaraná – só percebe quando já deu aquele golaço, hehe. Tadinho. Passa uma, passa outra, papo vai, papo vem e ele beija. Muito. Olha, a menina nem era lá essas coisas. Mas e daí né? Ele nem viu mesmo. Pensando bem, dá pra ter momentos felizes sendo míope.

26 de ago. de 2010

A geração teen e o culto aos ídolos

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Quem aí já ouviu falar de Felipe Neto? Basta acessar os vídeos dele para entender porque o menino criou polêmica. Uns o adoram, outros o odeiam. E por que isso? Haha, que dúvida, ele fala o que pensa, sem papas na língua. E as opiniões dele (como as nossas) não agradam a todo mundo.

Um dos vídeos que ele produziu e que mais me chamou atenção foi um no qual ele criticou artistas teen e suas fãs. Felipe trata com sarcasmo a relação fã x ídolo, ídolo x fã. Tanto um lado quanto o outro distribui verdadeiras declarações de amor. Peraí, declaração de amor?

Como já diz o título do site de Felipe, não faz sentido. É, não faz mesmo. Se você dar uma navegada pelos perfis de Twitter e Orkut da geração teen, principalmente das meninas, vai encontrar frases desesperadoras. Amo José. Preciso ver João. Pedro é minha vida. Morro pelo Joaquim. (Os nomes são meramente fictícios). As meninas despendem seu tempo para cultuar os ídolos. Eu me pergunto: será que elas conseguem ter uma vida normal? Digo, será que elas conseguem se dedicar a coisas normais de adolescente, como ler a Capricho, pensar na roupa que vão usar para a festa de 15 anos, pintar a unha, sem que isso esteja intimamente ligado àquele ídolo, que nem sabe que ela existe?

Sim. Precisamos ser realistas. Um ídolo tem milhares, milhões de fãs. Deve ser legal ter várias pessoas querendo você, pensando em você – e o melhor, fazendo com que você ganhe dinheiro. Mas, como já disse Felipe Neto – ele não te ama! Sim, não ama porque ninguém pode amar alguém que não conhece. Da mesma maneira que aquilo que uma fã sente por um ídolo não é amor – ou não deve ser, né? Sei lá, eu acho legal ter um ídolo, ter em quem se espelhar, ter um exemplo para seguir ou alguém pra curtir, “alguém que eu quero ser quando crescer”. Agora, despender todo o seu tempo e energia nisso não é saudável. As meninas sonham com Justin Bieber e a maioria delas sequer terá a chance de ir num show do cara.

Parece que ser fã virou uma escolha de vida. Uma grande legião dedica todo o seu tempo para isso – há quem passe horas repetindo pedidos que imploram por um simples “oi” do ídolo via Twitter. Gostar de um artista virou outro verbo – cultuar, venerar. Em tempo integral. Acho que é preciso ficar de olho na linha tênue que divide admiração e obsessão. Deixar de viver a sua vida para ficar pensando em como seria se o Justin Bieber pudesse ser seu namorado ou como seria interessante ter o endereço de MSN dele, definitivamente, não é uma boa escolha. Não sou eu quem digo, hein. Já ouvi isso de vários especialistas. Afinal de contas, tudo na vida precisa ter um limite saudável.


Conheço um menino e uma menina que, felizmente, não fazem de suas vidas uma saga para serem notados pelos ídolos. Estão mais preocupados em aprender mais na escola, em falar uma segunda e terceira língua e planejar o futuro. E nem por isso deixaram de ser jovens legais. Que bom. Nem tudo está perdido. Espero que a juventude que se descabela por um “oi” não se arrependa mais tarde... Amém.

25 de ago. de 2010

Confissões

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Gente, estava eu bem relax visitando os blogs por aí e fui conferir a postagem nova da Maitê Lemos, do Penso em Tudo. O post era sobre confissões, um meme, espécie de corrente. É assim: a gente deve contar 9 coisas sobre a gente, coisas que vocês não saibam.
E depois de se despir... você deve indicar 9 pessoas para responder o meme. E eis que Maitê indicou euzinha. My God!

Para algumas pessoas, o que eu vou escrever aqui pode não ser novidade. Mas como o público é diversificado, pode ser divertido.

Vejam, óbvio que eu tenho muto mais segredinhos (muahahahaha, risada maléfica), porém, eu gosto de guardá-los.

Vamos lá:

1 . Faz meses que eu não vou à igreja. É. Sou católica e tal, mas olha, dificilmente vou à missa. Entretanto, não é por isso que perdi a fé. Acredito que a fé está dentro de cada um de nós. Não adianta ir à igreja para ficar reparando na roupa dos outros, por exemplo - e olha que tem gente que faz isso.

2 . Gostava de colocar o despertador para mais cedo, só pra ter o gostinho de desligar e saber que posso dormir mais. E não era coisa de poucos minutos antes. Já cheguei ao cúmulo de programar o alarme para 1 ou até 2 horas antes de pular da cama. Com o tempo, percebi que isso só prejudicava o meu descanso (óbvio) e hoje programo o bichinho para tocar 15 ou 20 minutos.

3 . Eu levo quase tudo a ferro e fogo e isso, definitivamente, não é bom. Não dá para cobrar qualquer coisinha de todas as pessoas, porque nós não somos todos iguais.

4 . Compro livros compulsivamente – e não consigo ler todos na mesma velocidade. O mesmo vale para séries e filmes. Eu adquiro e sei que um dia eu vou ler e assistir tudo. Investimento em conhecimento nunca é demais.

5 . Dificilmente consigo passar um feriado ou fim de semana de pernas pro ar. Tenho a sensação de ser inútil e procuro alguma coisa para fazer. E isso é muito chato às vezes, porque é preciso se desligar de tudo para descansar e ter um pouco de paz.

6 . Estou matriculada no Pilates, mas eu falto mais do que vou. Faz um mês que não
vou.. (vergonha). Não é preguiça, é falta de tempo! Ok, não vou nem comentar de tanta vergonha.

7 . Eu falo alto - e isso me incomoda. Também falo MUITO, mas isso não me incomoda.

8 . Eu falava mal do Twitter antes de entrar nele. Hoje, sou apaixonada por essa ferramenta, uso mais que o Orkut (tá, tá, o Orkut tá falindo mas eu ainda gosto dele).

9 . Eu e meu namorado já ficamos analisando os casais nos lugares e tentando descobrir se eram ficantes, namorados ou primeiro encontro. É tão legal observar os gestos das pessoas. Sem sacanagem, a psicologia explica!

DEU. Até que não doeu. Hehehe

Agora, quem vai responder o meme é:

Donna Wal

Meu quarto tem neve

Bem sacada

Palavra Cult

Cheia de Estilo

Blog Assuntos Diversos

Gente, não sei mais quem indicar... =( Não adianta eu encher de links de blogs cujos autores nem passam aqui né?
Se alguém quiser dar alguma dica, agradeço!

Beijos

O que você faz para fugir de uma liquidação?

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Essa época do ano representa um perigo para nós, mulheres. Meia estação. As marcas começam a divulgar as peças lindas que virão com tudo no verão. Você começa a sonhar com os vestidos e as sandálias que vai desfilar por aí, linda, leve e solta. Porém, nas lojas, a palavra mágica, que atiça os desejos e arrependimentos de muitas mulheres é: liquidação.

Isso mesmo. LIQUIDAÇÃO. Em caixa alta, em vermelho, em tamanho grande, com luz fluorescente. É praticamente impossível fugir de seus chamados. 50% de desconto, aproveite. Todas as peças com preços especiais. Sapatos por apenas R$49,90. Casacos por R$59,90.

Os pensamentos vêm à tona. Primeiro, os de euforia. Afinal, não dá para deixar aquela calça linda na loja dando sopa por meros 30 reais né? E os sapatos, nem pensar em cogitar a possibilidade de não levá-los. “Provavelmente continuarão em alta no próximo inverno”. “Economizo agora e ano que vem não preciso comprar nenhum par”. “Veja só, pelo preço de um eu levo três”. “Dá pra fazer no cartão de crédito? Então, vou levar esse que combina com aquele vestido, esse que dá pra usar no trabalho e esse na balada”. E lá se vão as mulheres, cheia de suas sacolas, orgulhosas de suas compras, felizes por ter economizado bastante e satisfeitas por juntar mais alguns itens à coleção infindável de sapatos e roupas que mal cabem no guarda-roupa.

Isso quando não pinta o arrependimento. “Putz, paguei R$150 por aquela peça e agora ela está com 60% de desconto”. O peito dói. O bolso, mais ainda. Você chora que nem criança por dentro e fica pensando na graninha que poderia ter economizado e no custo benefício da liquidação – se tivesse sido paciente e controlado sua ansiedade, poderia estar levando mais peças agora, dois meses depois de ter se endividado e rebolado para pagar a pilha de carnês que se acumula na gaveta – ou a lista de compras infinita que completa a fatura do cartão de crédito.

Mas, agora que o estrago foi feito, bóra aproveitar essas vantagens. Pagamento facilitado, descontos irresistíveis e peças maravilhosas. Mas peraí, não é melhor economizar e esperar a coleção de verão? O frio já vai embora... A voz da consciência grita (ela já cansou de falar manso): você não precisa disso! A voz da “diabinha” seduz: aproveita boba, pra que deixar aqui se está barato? Você pondera: “tenho várias blusas dessas, mas eu uso tanto, são tão práticas. E por esse preço... vai ser só essa, vou usar muito e vai valer o investimento. Afinal, deixar ela aqui, dando sopa por essa mixaria é até um pecado”. Apesar dos gritos estridentes da consciência, quem riu por último foi a voz da “diabinha”: “ótimo trabalho querida!”.

E lá vamos nós, felizes para casa. Comprar é bom né?

Quem tem a receita aí para resistir às tentações, levanta a mão!
Se a sua dica funciona, não perca tempo, boba. Registre, venda a ideia e seduza as mulheres. É um mercado próspero. E não esquece de fazer liquidação no final, ta? Estarei na primeira fila! Afinal, comprar é tudo de bom! Que o santo do dinheiro ajude-nos! Hehehe

24 de ago. de 2010

Pelo não ao mau humor

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Mal humor é uó. Quem já não acordou um dia e desejou poder ficar na cama para não ter que encarar ninguém? Ainda mais nós, mulheres, que carregamos essa fama de amargas durante a famosa TPM. Mas o mau humor não é exclusivo da mulher, ele é inerente do ser humano.

O mau humor pode até ser compreensível, afinal, não somos de ferro, não acordamos com paciência todos os dias, não temos saco de aguentar certas conversas a toda hora, não queremos sorrir quando nossa vontade é gritar. Assim como alegria e a simpatia, o mau humor faz parte do nosso dia-a-dia.

Só que não é por isso que as pessoas vão aceitar o mau humor numa boa. Afinal, mesmo que você não tenha paciência para aguentar algo, é preciso lembrar que as outras pessoas nada têm a ver com a sua acidez. Mau humor estraga o dia. O seu e o dos outros. E o pior tipo de mal humorado é aquele que desconta a raiva em quem não tem nada a ver com isso.

Quando eu estou mal-humorada, nem eu me aguento. Rezo para que minha impaciência passe logo, pois as chances de eu dizer algo e me arrepender depois são enormes. Se nem eu me suporto, imagine só as pessoas que estão ao meu redor.

Por isso que eu afirmo: aguentar pessoas mal humoradas é uó. Ninguém é obrigado a tolerar agressão gratuita, amargura aos quatro ventos, cara travada sem motivos. Mal humor gratuito é repugnante. Você está na sua, de bem com a vida e alguém chega com aquela cara azeda e torta, fala de um jeito diferente e pronto: você já sabe que a boca não está boa. Você trata a pessoa bem e, em troca, leva patadas. Você faz uma pergunta e é apedrejado. Não dá para aceitar isso e relevar. Até porque, atualmente, parece que mal humor está na moda. O próprio clima, o jogo da noite anterior, o cansaço, a ansiedade... tudo é motivo para você estar de ovo virado. “Dá um desconto, ele está estressado”. Não.

Imaginem então as vendedoras. Elas nem sempre têm saco para mostrar todas as peças, porém, é o dever delas. Não tenho vontade de voltar em uma loja onde a vendedora não me tratou bem. Semana passada, por exemplo. Loja fechando, limpando o estoque, às moscas. E a vendedora sem nem fazer força para ser simpática – não soube, sequer, fingir um sorriso. Coisa mais repugnante isso. É triste, é. Porém, o cliente não tem nada a ver com o fracasso do negócio. O que ele quer é ser bem atendido, saber se tem o tamanho daquela blusa e quanto ficará a peça com desconto.

E a receita pra fugir disso? Ah, se existir uma fórmula, essa pessoa enriquece. É difícil. Tem gente tinhosa que, apesar de atirar para todos os lados, continua achando que está na razão. Tem aquele que se arrepende e pede desculpas. Tem aquele que nunca desce do pedestal. Quando eu consigo, conto até dez, respiro fundo, um, dois, três. Afinal, tem coisas que realmente não valem a sua raiva, nem o seu estresse – e pode bater o arrependimento mais tarde. Nem sempre falar o que vem na cabeça é a melhor escolha. Principalmente quando não se está em um bom dia.

Uma saída é sempre lembrar como você gostaria de ser tratado. Colocar-se no lugar do outro pode funcionar – pena que ninguém faz isso.

23 de ago. de 2010

Sexo frágil?

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Temos que admitir. O cenário das eleições 2010 é diferente de outros anos. Dos três principais concorrentes ao cargo de presidente da república, duas são mulheres (Dilma e Marina). Quem diria? Mulheres concorrendo de igual para igual com os homens. Não estou aqui para defender nenhuma das duas, nem o Serra. Até porque não sei em quem vou votar ainda e, mesmo que soubesse, minha proposta aqui não é fazer ideologia política.

Fico satisfeita em perceber que o chamado “sexo frágil” vem conquistando seu lugar ao sol há tempos. Hoje, nós já ocupamos cargos importantes nas empresas, mostramos que podemos, sim, ter filhos e nos dedicar a uma carreira. Óbvio que as mulheres ainda são as que precisam abdicar de alguma coisa para construir uma família, mas somos campeãs em “se virar nos 30” para dar conta de tudo.

É bom observar essa mudança de comportamento da mulher. Deixamos de ser apenas a companheira dos homens e passamos a ganhar nossa posição na sociedade. A política de salários ainda não é a mesma em muitos lugares, somos vistas como barbeiras no trânsito e loiras são consideradas burras. Clichês que pedem menos preconceito e mais reconhecimento da sociedade, mas sabemos que somos capazes.

Mas nem todas as mulheres se conscientizaram de seu papel e seu valor na sociedade. As que se calam em meio a agressões e não contam com o amparo da Lei Maria da Penha, por exemplo, são muitas. Há muitos homens covardes, que ainda insistem em resolver tudo no tapa. E as mulheres, por medo, ou por falta de informação, na maioria das vezes, calam-se. Absurdos que ainda atormentam o sexo feminino.

Além disso, parece que a história de jogar o sutiã na fogueira ficou mesmo no passado. Muitas mulheres têm alimentado conceitos machistas com exposição gratuita na web ou usando o corpo para conseguir vantagens. Isso é, infelizmente, lamentável. Depender apenas de atributos físicos pode ser perigoso. Em que plano ficam a inteligência, os valores e outras qualidades das mulheres que se limitam a bumbuns e seios? Um corpo legal pode chamar atenção em primeiro momento, mas se as ideias não ajudarem... Fica difícil.

É realmente o extremo: enquanto algumas querem governar um país ou conquistar um cargo melhor na empresa, outras se contentam apenas com exibicionismo. Se isso basta, não tenho mais nada a dizer.

18 de ago. de 2010

Lições de Julie e Julia

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No último sábado, em meio a cobertas e devidamente farta depois de uma bela janta, assisti ao filme “Julie e Julia”, por indicação de uma amiga. Eu já tinha lido algo sobre a história em alguma Marie Claire desse ano.

Julie tem uma vida simplesinha - é atendente de telemarketing, vive em um apartamento em cima de uma pizzaria, tem um casamento estável. Suas amigas são super bem-sucedidas, atendem ligações de trabalho a toda hora, têm metas. Entretanto, Julie tem uma existência medíocre, sem perspectivas de melhoras.

Julia é uma famosa cozinheira americana, que lançou um livro de culinária que é uma bíblia para as americanas e ensinou receitas na televisão. Não viveram exatamente na mesma época, mas suas vidas ficaram ligadas - pelo menos para Julie. Cansada de nunca terminar nada em sua vida, Julie impõe a si mesma um desafio: fazer as mais das 500 receitas do livro de Julia em um ano. As experiências seriam compartilhadas em um blog.

O que mais chamou minha atenção no filme foi a atitude e a determinação de Julie. Ela colocou uma meta em sua vida e fez de tudo para cumpri-la. Tinha um compromisso com seus leitores. Mas o maior compromisso era com ela mesma. Queria sentir-se alguém, queria fazer algo que lhe desse orgulho, queria ter uma motivação, algo com o que se empenhar.

Legal acompanhar as vibrações dela a cada comentário, a felicidade ao acertar o ponto da receita, a alegria de preparar os pratos. Se, para alguns (como para a própria mãe) a ideia era bobagem, para Julie aquilo se transformou no objetivo de sua vida.

Não me admira que a história dela gerou um livro de sucesso e o filme que assisti. Nos EUA, o livro Julie e Julia esteve semanas na lista dos mais vendidos em Nova York e o filme também arrasou quarteirões. Isso reitera o que eu disse algumas vezes aqui no blog: ter atitude na vida é imprescindível para o sucesso. Julie não ia chegar a lugar algum com a frustração que tomava sua vida, carente de objetivos. É preciso se entregar, a pelo menos uma coisa, com amor e dedicação, com vontade. E paciência.

Talvez no começo ela nem tivesse ideia de que o fato de compartilhar as alegrias e as frustrações da culinária levassem-na tão longe. Mas ela fez algo diferente, foi empreendedora, dedicou-se a um talento e encarou um desafio. Ingredientes indispensáveis em um empreendedor, que enxerga oportunidades e acredita nelas.

Pense nisso.

16 de ago. de 2010

Pessoas que fazem acontecer

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Há quase duas semanas, assisti ao debate presidencial exibido na Band. Antes do início do programa, uma retrospectiva da história dos debates nas eleições do Brasil e, na abertura, orquestra regida pelo maestro João Carlos Martins. Não, eu não vou falar dos pitacos do candidato Plínio, das engasgadas da Dilma, da discrição de Marina nem do discurso do Serra. Deixo isso para os entendidos em política. Reconheço que não tenho conhecimento nessa área para dar opinião. Pelo menos por enquanto. Ainda quero observar e aprender muito para decidir em quem votar, em quem não votar.

No mesmo momento em que vi o maestro regendo a orquestra, lembrei-me de sua bela história, exibida naqueles depoimentos que iam ao ar no fim de cada capítulo da novela “Viver a Vida”, da Globo. A trajetória de João Carlos foi contada no último capítulo do folhetim. E me emocionou. Não só a dele como a de muitas outras pessoas que mostraram sua cara todos os dias, depois da novela, contando seus sofrimentos, as superações e como continuaram tocando a vida.

Todos os dias, deparamo-nos com diversos problemas, ora pequenos, ora grandes. Quem decide se vai conseguir prosseguir, mesmo com adversidades, é você. Passar por cima dos problemas, driblar dificuldades, superar desafios depende exclusivamente de força de vontade. Óbvio que, muitas vezes, não é possível vencer uma doença ou uma necessidade especial. Mas é possível se superar, fazer mais do que aquilo em que todos acreditavam, mostrar que se tem capacidade. Creio que é nas dificuldades que muitas pessoas demonstram suas maiores forças. O saudoso campeão de fórmula 1 Airton Senna confidenciou que sempre vencia as corridas com pista molhada porque quando era piloto iniciante, sobrava a pista para treino para ele quando chovia, pois os pilotos oficiais treinavam com sol. Ah, só resta pista com chuva? Então, treina-se com chuva. E assim se fez um dos maiores campeões, um ídolo brasileiro.

É o desejo de continuar e a vontade de não desistir facilmente dos sonhos que moldam os vencedores. Vencedores não conquistam nada sem suor, sem trabalho, sem dificuldade, sem cair e levantar muitas vezes. É inspirador saber de histórias de pessoas que venceram mesmo quando tudo parecia conspirar contra. Ao tomar conhecimento dessas vitórias, pode-se concluir que o segredo é não desistir nunca. Ou saber quando desistir – e buscar outro objetivo para ser alcançado. A vida precisa de estímulo, de desejos, de sonhos, de ideais. Não acredito que um ser humano possa ser feliz na vida sem ter pelo menos um anseio, um motivo para esperar ansiosamente pelo dia de amanhã.

10 de ago. de 2010

Sobre a angústia da morte

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De vez em quando, meu pensamento fixa-se em um assunto que me traz uma angústia enorme: a morte. Pode ser que existam pessoas por aí que, pela experiência de vida ou por terem um jeito diferente de lidar com a vida, não encarem a morte com tanta angústia. Mas eu não me incluo nesse grupo.

Os pensamentos sobre a morte vêm em momentos inesperados e vão embora da mesma maneira. Eles não são lembranças que ficam na minha cabeça constantemente – apenas fazem parte de uma reflexão profunda e que me causam sofrimento toda vez que aparecem, de vez em quando. Entretanto, cada vez que penso a respeito, é diferente. É como se fosse a primeira vez que eu pensasse nisso – da mesma maneira que as mortes das pessoas próximas a você nunca são iguais.

O sentimento de impotência que eu sinto quando penso na morte é sufocante. É a certeza mais absoluta da vida: um dia, as pessoas que você mais ama, vão embora, da mesma maneira que você também vai. Muitas vezes sem dizer adeus, sem avisar, sem deixar você se preparar para isso. E será que existe remédio que possa anestesiar com antecedência a dor que a perda de uma pessoa pode causar?

A morte é dor sem remédio, viagem sem volta, tristeza sem fim. Nenhuma pessoa pode substituir a outra. Fico pensando como será a minha vida se, de repente, alguma circunstância, fatalidade, acidente ou vontade do além, arranque de mim as pessoas queridas, as pessoas com as quais eu não consigo viver sem, as pessoas que eu amo. Quando me ponho a pensar nisso, o peito aperta, a agonia toma conta de mim, a angústia me consome. Lá no fundo da mente a gente sabe que isso é inevitável, mas, às vezes, por muito tempo, passamos acompanhando a morte de pessoas que não são próximas e esquecendo que esses tristes acontecimentos poderiam estar acontecendo com a gente. E vão acontecer, talvez não nas mesmas circunstâncias, porém, com o mesmo resultado.

Angústia parecida é causada em mim quando penso na minha morte. Será com quantos anos? Quantas pessoas vão se importar? Do que eu vou morrer? Como? E a pergunta mais intrigante, que me causa mais medo: para onde eu vou? Acabou? Como assim? Eu vou dormir? Eu vou lembrar? Eu vou saber?

Não adianta. O homem já existe há milhares de anos, descobriu a cura para várias doenças, viajou para a lua, inventou avião, criou remédios. Mas não há atenuante para a morte. É o fim de todos, a primeira certeza que temos assim que nascemos. Nós vamos morrer, os outros vão morrer. Triste não? Vão embora, pensamentos angustiantes.

9 de ago. de 2010

Os jovens e o valor do dinheiro

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Uma recente reportagem da revista Época mostrou que, cada vez mais, os jovens estão fazendo dívidas. Também, pudera. Com o incentivo ao consumo, hoje, até crianças podem ter cartões de crédito pré-pagos. Além do dinheiro de plástico, o cheque especial é outra tentação para se gastar aquilo que não se tem, através de ferramentas que de mágicas não têm nada. A fatura vai bater em sua porta no fim do mês e, caso as contas não sejam acertadas, os juros acumulam-se de forma assustadora.

Entretanto, possuir um cartão é o primeiro passa para começar a gastar. De acordo com uma pesquisa divulgada pela revista, 90% dos consumidores afirmam ficar mais suscetíveis a comprar em lojas que aceitem cartões (de débito ou de crédito). O cartão oferece facilidades, parcela valores, permite fazer compras na internet – o que é hoje uma comodidade. Mas ele pode ser um perigo para quem não sabe lidar com dinheiro. Cartão de crédito é para quem tem capital suficiente para poder pagar as contas que com ele se faz.

Não critico o fato de existirem, por exemplo, esses tais cartões pré-pagos para crianças. Acredito que os pais devem ensinar aos filhos, desde pequenos, o valor do dinheiro e de que maneira lidar com ele. Quem sabe algumas atividades de planejamento financeiro nas escolas também? Algumas inclusive já adotaram essa prática. E é preciso dar o exemplo, claro, já que é dentro de casa que estão os primeiros e principais exemplos da criança.

Além disso, penso que é importante que o jovem saiba desde cedo que nem tudo que se quer se pode ter. Pelo menos não facilmente. Aquele que ganha sempre tudo o que deseja, sem batalhas, sem luta, sem dores, acaba construindo em sua mente a imagem de que o os pais sempre poderão socorrê-lo e a visão deturpada de que as coisas são fáceis – por fim, não dá valor nem ao seu patrimônio nem àquilo que vem dos progenitores, já que sabe que terá alguém que vai apagar o fogo, caso o incêndio se alastre. E aí está construída uma situação cômoda, que se inicia na infância, atravessa a adolescência e pode perdurar na vida adulta. Ganhar um carro facilmente ou até mesmo uma viagem para o exterior pode inflar o ego de alguém que não possui uma carga segura de valores em relação ao dinheiro. Bater o carro, por exemplo, pode não ser problema – o pensamento que vem à mente é: “meu pai teve para comprar, terá para consertar”. Até que não se dê um basta, situações como essas podem ocorrer sucessivamente. Observa-se, em muitos casos, o que a Psicologia denomina de Síndrome de Peter Pan. O indivíduo se nega a “crescer” e enfrentar as responsabilidades inerentes à vida adulta. Ele pode até estudar, mas a falta de objetivos a serem alcançados faz com que ele inicie um curso e, na metade dele, argumente que não era o que ele desejava. Isso faz com que mude de curso sucessivamente ou se detenha em especializações, sem que, no entanto, faça uso de seu conhecimento para se tornar independente financeiramente de seus pais.

Se pararmos para observar um pouco ao nosso redor, vamos perceber como aquele que trabalhou e conquistou algo por seus méritos dá valor ao seu “prêmio”. O que pode não acontecer com aquele que obteve de graça. Esse conceito não é universal, mas é sabido que prezamos muito por aquilo que obtivemos por nosso próprio esforço.

Outro fator que é preciso destacar quanto ao gerenciamento de finanças é aquele velho pensamento: “se eu ganhasse mais, não teria dívidas”. Não acredito nisso. Aquele que não sabe administrar 400 reais, não saberá administrar 1000, tampouco 3 mil. Quanto mais se tem, mais se gasta, mais se quer. Já dizia o velho ditado: dinheiro na mão é vendaval. Por isso, aprender a administrar aquelas notinhas tão valiosas pode valer, materialmente falando, o sucesso daquilo que você tanto almeja.

5 de ago. de 2010

Intra-empreendedores – os colaboradores que empreendem

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Ao acompanhar o atual mercado, o estilo das grandes corporações e dos profissionais de sucesso, é possível concluir que, a cada dia que passa, o conceito “ não basta ser bom, tem que ser ótimo”, passa a fazer parte do mantra das empresas. Não somente para as multinacionais, mas também para as microempresas.

Não basta ter graduação, é preciso buscar especialização, mestrado, cursos de aperfeiçoamento, ler muito. Além disso, é indispensável possuir espírito criativo e... espírito empreendedor. Peraí, espírito empreendedor? Sim, os empreendedores não são somente os jovens que enxergam demandas e arriscam seus voos solos, acreditando no seu próprio negócio e confiando no seu taco. Empreendedores também podem estar dentro das empresas, contribuindo para o crescimento da mesma como se também fossem gestores. Eles são os chamados intra-empreendedores.

Li sobre isso e achei bem interessante. Na verdade, é apenas um nome criado para colaboradores que já possuíam esse perfil, de dar ideias, de pensar no futuro da corporação, de contribuir para o sucesso da empreitada. A pró-atividade nunca esteve tão em alta como agora. Óbvio que é necessário que as organizações consigam propiciar e incentivar esse clima organizacional, que permite a ação do empreendedorismo e o intra-empreendedorismo.

Afinal de contas, o que é ser intra-empreendedor? Penso que talvez seja preciso, primeiro, deixar de lado aquele pensamento: sou só um funcionário, se eu fosse dono seria outra história. Fazer a mesmice, cumprir as horas e contar o relógio não faz parte da rotina do intra-empreendedor. Claro que também não vale virar noites, por exemplo, sem ser reconhecido por isso. Porém, se o ambiente for propício, sempre é válido tentar se destacar. Hoje, as faculdades formam milhares de jovens todos os semestres. Como se destacar perante o chefe, tentar aquela promoção, aquele aumento? É preciso ser pró-ativo, possuir iniciativa e não ficar limitado a fazer apenas o que é a “minha função”. Não. O intra-empreendedor cuida da organização como se fosse sua, antecipa-se aos fatos, inova, cria. É preciso fazer diferente, ser diferente, fugir da mediocridade.

Alcançar o topo, ter sucesso, sentir-se útil, saber que seu trabalho é reconhecido... tudo isso não é fácil, exige esforço e atitude. Exige vontade de se destacar, de fazer o melhor, de fazer valer a pena. Reclamar sem tentar ser diferente é fácil. É preciso tentar sempre.

Além disso, creio que essa atitude intra-empreendedora pode ajudar aqueles que têm planos no futuro de abrir seu próprio negócio. Podem adquirir experiências de sucesso, e aperfeiçoá-las lá na frente. E, sobretudo, adquirir uma postura mais ativa, sem procrastinação, fará bem à saúde mental. Afinal de contas, é desejável que o trabalho traga um mínimo de prazer, já que passamos boa parte de nossas vidas dedicando-se a ele.

"O que quer que você seja capaz de fazer, ou imagina ser capaz, comece. Ousadia contém gênio, poder e magia”. (Goethe)