6 de out. de 2010

O que o caso Tiririca mostra sobre o Brasil

Período pós-eleição – ainda mais no intervalo de 1º e 2º turno – rende muito assunto. Os comerciais engraçados, a sujeira nas ruas depois de domingo, a comemoração de uns, a surpresa quanto aos erros das pesquisas. Dá pra escrever um livro. Entretanto, um dos assuntos que marcaram esse pleito foi, sem dúvida, a eleição do palhaço Tiririca, que recebeu mais de 1 milhão de votos e conquistou o cargo de Deputado Federal de São Paulo.

Após o resultado, várias teorias. A de que o povo fez voto de protesto foi a que eu mais escutei por aí. Será mesmo? E se foi mesmo um protesto, será que as pessoas que estão mandando Tiririca pra Brasília vão fiscalizá-lo? Ou ele será apenas mais um no meio de tantos que pouco fazem?

Faz tempo que o brasileiro está descrente com a política. Deve ser por isso que a eleição de figuras “excêntricas” como ele, os integrantes do KLB e atletas como Romário chamem tanto a atenção do público. Talvez as pessoas pensem que, com eles, vai ser diferente. A questão é que, depois que se entra pelas portas do Senado ou da Assembleia, pouco se sabe sobre o que realmente acontece. Todo mundo se corrompe? O sistema é corrompido? Talvez um pouco dos dois, talvez nada disso.

Voltando ao caso Tiririca, o que mais me indigna é a polêmica em torno do fato de o candidato ser ou não ser analfabeto. Primeiro, irrita a maneira como as coisas funcionam no Brasil. O cara se elege, depois decidem verificar se ele sabe ler escrever. Oras, façam isso antes! Não estou defendendo ele. Posso morder minha língua, mas não dá para acreditar que o Tiririca possa surpreender como Deputado.

Outra coisa que me tira do sério é: afinal, quem é o palhaço? Desculpe-me, mas é assim fácil candidatar-se a um cargo público? Basta saber ler e escrever e, se você conquistar votos, terá um bom salário, com direito a auxílio para gastos infinitos e assessores e funcionários trabalhando para você? Engraçado é que nós, que vivemos no mundo “real”, precisamos acordar cedo, ralar muito, fazer prestação de carro, financiar a casa própria. Além, é claro, de ter no mínimo um curso superior – sem contar que esse diploma pouco conta no mercado competitivo de hoje. Precisamos nos dobrar em dois, três para fazer uma especialização, planejar um mestrado, estudar para um concurso.

E para ser deputado? Tão fácil não é? Não te exigem curso superior, nem um currículo exemplar. Por isso que tem tanta gente querendo virar político!

O Brasil é feio. E ponto. Que vergonha!

2 comentários:

Vanessa de Oliveira disse...

A politica é uma vergonha mesmo.
No mínimo para se candidatar deveriam ter curso superior.
É por isso que o Brasil não vai para frente. Quem não anda na linha se da bem.

Vergonhoso.

Fernanda disse...

Realmente o Brasil é um país feio. A mudança tem que vir de cada um de nós e enqto não mudarmos essas leis,cada vez mais vão existir aproveitadores atletas,cantores,atores se elegendo...Sou contra pessoa pública se candidatar,afinal só se elegem pela fama e mais nada...
Triste mas real né.

Bjus Laura!;)