24 de ago. de 2010

Pelo não ao mau humor

Mal humor é uó. Quem já não acordou um dia e desejou poder ficar na cama para não ter que encarar ninguém? Ainda mais nós, mulheres, que carregamos essa fama de amargas durante a famosa TPM. Mas o mau humor não é exclusivo da mulher, ele é inerente do ser humano.

O mau humor pode até ser compreensível, afinal, não somos de ferro, não acordamos com paciência todos os dias, não temos saco de aguentar certas conversas a toda hora, não queremos sorrir quando nossa vontade é gritar. Assim como alegria e a simpatia, o mau humor faz parte do nosso dia-a-dia.

Só que não é por isso que as pessoas vão aceitar o mau humor numa boa. Afinal, mesmo que você não tenha paciência para aguentar algo, é preciso lembrar que as outras pessoas nada têm a ver com a sua acidez. Mau humor estraga o dia. O seu e o dos outros. E o pior tipo de mal humorado é aquele que desconta a raiva em quem não tem nada a ver com isso.

Quando eu estou mal-humorada, nem eu me aguento. Rezo para que minha impaciência passe logo, pois as chances de eu dizer algo e me arrepender depois são enormes. Se nem eu me suporto, imagine só as pessoas que estão ao meu redor.

Por isso que eu afirmo: aguentar pessoas mal humoradas é uó. Ninguém é obrigado a tolerar agressão gratuita, amargura aos quatro ventos, cara travada sem motivos. Mal humor gratuito é repugnante. Você está na sua, de bem com a vida e alguém chega com aquela cara azeda e torta, fala de um jeito diferente e pronto: você já sabe que a boca não está boa. Você trata a pessoa bem e, em troca, leva patadas. Você faz uma pergunta e é apedrejado. Não dá para aceitar isso e relevar. Até porque, atualmente, parece que mal humor está na moda. O próprio clima, o jogo da noite anterior, o cansaço, a ansiedade... tudo é motivo para você estar de ovo virado. “Dá um desconto, ele está estressado”. Não.

Imaginem então as vendedoras. Elas nem sempre têm saco para mostrar todas as peças, porém, é o dever delas. Não tenho vontade de voltar em uma loja onde a vendedora não me tratou bem. Semana passada, por exemplo. Loja fechando, limpando o estoque, às moscas. E a vendedora sem nem fazer força para ser simpática – não soube, sequer, fingir um sorriso. Coisa mais repugnante isso. É triste, é. Porém, o cliente não tem nada a ver com o fracasso do negócio. O que ele quer é ser bem atendido, saber se tem o tamanho daquela blusa e quanto ficará a peça com desconto.

E a receita pra fugir disso? Ah, se existir uma fórmula, essa pessoa enriquece. É difícil. Tem gente tinhosa que, apesar de atirar para todos os lados, continua achando que está na razão. Tem aquele que se arrepende e pede desculpas. Tem aquele que nunca desce do pedestal. Quando eu consigo, conto até dez, respiro fundo, um, dois, três. Afinal, tem coisas que realmente não valem a sua raiva, nem o seu estresse – e pode bater o arrependimento mais tarde. Nem sempre falar o que vem na cabeça é a melhor escolha. Principalmente quando não se está em um bom dia.

Uma saída é sempre lembrar como você gostaria de ser tratado. Colocar-se no lugar do outro pode funcionar – pena que ninguém faz isso.

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