Mal humor é uó. Quem já não acordou um dia e desejou poder ficar na cama  para não ter que encarar ninguém? Ainda mais nós, mulheres, que  carregamos essa fama de amargas durante a famosa TPM. Mas o mau humor  não é exclusivo da mulher, ele é inerente do ser humano.
O mau humor pode até ser compreensível, afinal, não somos de ferro,  não acordamos com paciência todos os dias, não temos saco de aguentar  certas conversas a toda hora, não queremos sorrir quando nossa vontade é  gritar. Assim como alegria e a simpatia, o mau humor faz parte do nosso  dia-a-dia.
Só que não é por isso que as pessoas vão aceitar o mau humor numa  boa. Afinal, mesmo que você não tenha paciência para aguentar algo, é  preciso lembrar que as outras pessoas nada têm a ver com a sua acidez.  Mau humor estraga o dia. O seu e o dos outros. E o pior tipo de mal  humorado é aquele que desconta a raiva em quem não tem nada a ver com  isso.
Quando eu estou mal-humorada, nem eu me aguento. Rezo para que minha  impaciência passe logo, pois as chances de eu dizer algo e me  arrepender depois são enormes. Se nem eu me suporto, imagine só as  pessoas que estão ao meu redor.
Por isso que eu afirmo: aguentar pessoas mal humoradas é uó. Ninguém  é obrigado a tolerar agressão gratuita, amargura aos quatro ventos,  cara travada sem motivos. Mal humor gratuito é repugnante. Você está na  sua, de bem com a vida e alguém chega com aquela cara azeda e torta,  fala de um jeito diferente e pronto: você já sabe que a boca não está  boa. Você trata a pessoa bem e, em troca, leva patadas. Você faz uma  pergunta e é apedrejado. Não dá para aceitar isso e relevar. Até porque,  atualmente, parece que mal humor está na moda. O próprio clima, o jogo  da noite anterior, o cansaço, a ansiedade... tudo é motivo para você  estar de ovo virado. “Dá um desconto, ele está estressado”. Não.
Imaginem então as vendedoras. Elas nem sempre têm saco para mostrar  todas as peças, porém, é o dever delas. Não tenho vontade de voltar em  uma loja onde a vendedora não me tratou bem. Semana passada, por  exemplo. Loja fechando, limpando o estoque, às moscas. E a vendedora sem  nem fazer força para ser simpática – não soube, sequer, fingir um  sorriso. Coisa mais repugnante isso. É triste, é. Porém, o cliente não  tem nada a ver com o fracasso do negócio. O que ele quer é ser bem  atendido, saber se tem o tamanho daquela blusa e quanto ficará a peça  com desconto.
E a receita pra fugir disso? Ah, se existir uma fórmula, essa pessoa  enriquece. É difícil. Tem gente tinhosa que, apesar de atirar para  todos os lados, continua achando que está na razão. Tem aquele que se  arrepende e pede desculpas. Tem aquele que nunca desce do pedestal.  Quando eu consigo, conto até dez, respiro fundo, um, dois, três. Afinal,  tem coisas que realmente não valem a sua raiva, nem o seu estresse – e  pode bater o arrependimento mais tarde. Nem sempre falar o que vem na  cabeça é a melhor escolha. Principalmente quando não se está em um bom  dia.
Uma saída é sempre lembrar como você gostaria de ser tratado.  Colocar-se no lugar do outro pode funcionar – pena que ninguém faz isso.
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