10 de ago. de 2010

Sobre a angústia da morte

De vez em quando, meu pensamento fixa-se em um assunto que me traz uma angústia enorme: a morte. Pode ser que existam pessoas por aí que, pela experiência de vida ou por terem um jeito diferente de lidar com a vida, não encarem a morte com tanta angústia. Mas eu não me incluo nesse grupo.

Os pensamentos sobre a morte vêm em momentos inesperados e vão embora da mesma maneira. Eles não são lembranças que ficam na minha cabeça constantemente – apenas fazem parte de uma reflexão profunda e que me causam sofrimento toda vez que aparecem, de vez em quando. Entretanto, cada vez que penso a respeito, é diferente. É como se fosse a primeira vez que eu pensasse nisso – da mesma maneira que as mortes das pessoas próximas a você nunca são iguais.

O sentimento de impotência que eu sinto quando penso na morte é sufocante. É a certeza mais absoluta da vida: um dia, as pessoas que você mais ama, vão embora, da mesma maneira que você também vai. Muitas vezes sem dizer adeus, sem avisar, sem deixar você se preparar para isso. E será que existe remédio que possa anestesiar com antecedência a dor que a perda de uma pessoa pode causar?

A morte é dor sem remédio, viagem sem volta, tristeza sem fim. Nenhuma pessoa pode substituir a outra. Fico pensando como será a minha vida se, de repente, alguma circunstância, fatalidade, acidente ou vontade do além, arranque de mim as pessoas queridas, as pessoas com as quais eu não consigo viver sem, as pessoas que eu amo. Quando me ponho a pensar nisso, o peito aperta, a agonia toma conta de mim, a angústia me consome. Lá no fundo da mente a gente sabe que isso é inevitável, mas, às vezes, por muito tempo, passamos acompanhando a morte de pessoas que não são próximas e esquecendo que esses tristes acontecimentos poderiam estar acontecendo com a gente. E vão acontecer, talvez não nas mesmas circunstâncias, porém, com o mesmo resultado.

Angústia parecida é causada em mim quando penso na minha morte. Será com quantos anos? Quantas pessoas vão se importar? Do que eu vou morrer? Como? E a pergunta mais intrigante, que me causa mais medo: para onde eu vou? Acabou? Como assim? Eu vou dormir? Eu vou lembrar? Eu vou saber?

Não adianta. O homem já existe há milhares de anos, descobriu a cura para várias doenças, viajou para a lua, inventou avião, criou remédios. Mas não há atenuante para a morte. É o fim de todos, a primeira certeza que temos assim que nascemos. Nós vamos morrer, os outros vão morrer. Triste não? Vão embora, pensamentos angustiantes.

3 comentários:

Luiz Fernando Mardegan disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luiz Fernando Mardegan disse...

.....///|
....(@ @)
ooO_(_)_Ooo_______________________
Sobre está questão querida amiga distante...Tenha mta Fé PQ a essência dos seres humanos é a Vida, onde nós jamais morreremos o q muda é somente a nossa forma de existência.
Ñ tenha medo e Sejas Feliz.

Filipe disse...

É por ter certeza que todos morrem, que vivo bem e procuro fazer desta passagem um estágio menos doloroso possível.

A frase que deveria ser regra aqui na Terra é: "Fazer o bem sem olhar a quem". Apesar de bonita, é uma pena que é tão difícil praticá-la.