6 de set. de 2010

Felicidade depende de momentos e pessoas

A ciência parece ter descoberto a chamada fórmula da felicidade. A capa da revista Galileu de setembro anuncia: não é autoajuda, é ciência. Pesquisadores afirmam que sapatos caros, o carro do ano ou o celular da moda trazem apenas felicidade instantânea, temporária. Na realidade, o que vale, de verdade, são as pessoas.

Ora, ora. Isso não é novidade, não é mesmo? Afinal de contas, de que vale uma mansão na praia ou um carro bonito, se você não tem pessoas das quais gosta ao seu lado? Com quem compartilhar os momentos de prazer, senão com os amigos, familiares e amores?

Segundo a reportagem, a relação entre pequenos prazeres do dia a dia e felicidade é três vezes maior do que entre felicidade e riqueza. Veja bem: o novo estudo não propõe votos de pobreza, mas, sim, uma melhor distribuição dos gastos do mês. De acordo com especialistas, as pessoas devem investir em algo que traga boas experiências: viagens e cursos, por exemplo.

Está explicada, assim, a culpa que muitas pessoas sentem quando compram algo de que não precisavam. É a tal felicidade – ou empolgação – instantânea. O novo apenas pelo simples prazer de ter o novo não acrescenta – ao contrário, pode ampliar aquela sensação de vazio.

Porém, eu digo mais. Se só dinheiro bastasse, os empresários de sucesso ficariam apenas gerenciando suas finanças. A poupança, por exemplo, renderia bastante para quem tem muito. O suficiente para se viver em um lugar paradisíaco pelo resto da vida.

Entretanto, o que fazem Eike Batista, Antonio Ermírio de Moraes e Abilio Diniz? Ao que eu saiba, não estão tomando um drink na beira da praia. Ao contrário, estão pensando nos próximos passos, nos próximos negócios, nas próximas oportunidades. Querem mais dinheiro? Pode ser. Porém, eu diria que eles também têm um propósito na vida: gostam do que fazem, sentem satisfação pela labuta, são felizes.

É bom pensar nisso também. Se o seu trabalho não te deixa feliz, gaste mais tempo pensando em uma saída. Afinal de contas, você passa a maior parte do seu tempo dedicando-se a ele.

Dinheiro não traz felicidade. Pode, sim, levar-nos a ter momentos com esse sentimento. Mas só ele sozinho não dá conta do recado. A vida precisa estar repleta de pessoas, aquelas com que vale a pena bater um papo e passar bons momentos. Esses, sim, ficarão na memória e, possivelmente, serão lembrados como sinônimo de felicidade.

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