27 de nov. de 2009

Bastardos inteligentes

Há uma semana corri para o cinema. Saí com meu namorado às pressas; queríamos pegar a última sessão do tão comentado 2012, mais um daqueles filmes sobre o fim do mundo que atrai multidões para as salas de cinema. O ser humano gosta de tragédias. Tragédias em efeitos especiais, porque creio que ninguém gostaria de trazer as catástrofes das películas para a vida real.

Aliás, nem é preciso ir muito longe para que a gente perceba o quanto essas catástrofes já saíram da telinha há tempo. Culpa do aquecimento global.

Mas, voltando ao assunto. Chegamos no Shopping e tinha uma fila enorme. 2012: esgotado. Vamos ver os outros filmes então. Decidimos assistir “Bastardos Inglórios”, com Brad Pitt. Há algumas semanas, o ator estava na capa de Época. A revista fez uma reportagem especial sobre vingança, fazendo ligação com o filme, que tem esse sentimento como um dos temas. Eu não tinha lido a reportagem. Decidimos assistir. Deve ser bom, afinal, já que recebeu tanta atenção da mídia.

Sinceramente, não me arrependi. Duas horas e meia de filme, contada em inglês, francês, italiano e alemão. Uma história inteligente.

A trama se passa durante a Segunda Guerra Mundial. Hitler diverte-se matando judeus e você se pergunta o que passava na cabeça de criatura tão fria e calculista. O preconceito é realmente nojento. Já pensaram em quantas pessoas morreram simplesmente porque um idiota queriam apenas uma raça pura? Não existem raças seu burro!

O sofrimento pelo qual os judeus passaram é sentido até hoje. Já li relatos de que visitar os campos de concentração é horripilante.

Mas, pelo menos nesse filme de Quentin Tarantino, é possível sentir um gostinho de vingança, pelo menos fictícia. Explica-se: Bastardos Inglórios mostra a vingança do tenente judeu Aldo Raine matando sem piedade, ao lado de seus colegas, muitos soldados nazistas. Aldo, interpretado por Brad Pitt, tem um humor um tanto sarcástico, que faz você rir, apesar das cenas de violência – a censura é 18 anos. O riso surge talvez pelo fato de fazer você pensar: Cretinos! Agora vocês têm o que merecem. Assim como a criança que diz: Bem feito!

8 comentários:

Unknown disse...

Acha mesmo que o sentimento de vingança pode vir a ser gratificante, mesmo que fictício?
Não seria Deus o sabedor do tal castigo para com os judeus?

Unknown disse...

Digo para com os racistas.

Laura Peruchi Mezari disse...

Olá Ana! Não disse que a vingança é gratificante. O filme mostra a vingança, é sobre vingança. Não acredito que o mundo deve ser regido a olho por olho, dente por dente. Mas, ao assistir o filme, e ver o seu final, realmente, passa a sensação "estamos quites".
Óbvio que eu não teria sangue frio para fazer o que o personagem de Brad Pitt e sua trupe faziam.
Repito: não acho que a vingança seja gratificante. Mas, ao mesmo tempo, é inadmissível perceber o que Hitler fez e não sentir nada.
Assista ao filme e depois venha me contar o que achou.

Unknown disse...

Não falaria sobre o que não assisti.
Quem já leu sobre os judeus sabe que eles tem sua filosofia bem diferente do que do filme.
Bastardos inteligentes?Nem eles, nem os racistas merecem elogios neste sentindo. O filem vale a pena até certo ponto

Laura Peruchi Mezari disse...

Ok, que bom que vc assistiu. Cada um com suas opiniões. Se os judeus foram retratados diferentes no filme, reclame ao diretor, não a mim. Achei o filme inteligente, mas vou repetir de novo: não admiro a vingança.

Unknown disse...

Laurinha, sempre com seus textos muito bem escritos. Fiquei com vontade de assistir ao filme! Parabéns. Beijos.

Cleusa disse...

Olá, Ana, vc conseguiu uma bela polêmica, mas isso é bom, sacode a inércia. Eu n assisti a este filme, mas vou tentar conseguir em vídeo. A questão nazista é complexa, sem dúvida q foi uma ignomínia. Vc assistiu ao filme - O leitor - ? Apresenta um viés diferente, interessantee e triste. Bj e feliz 2010
http://comtexto.zip.net

Laura Peruchi Mezari disse...

Olá Cleusa, obrigada pela visita ao Blog. Eu ainda não assisti "O Leitor", mas acabei de ler o livro, no qual o filme foi baseado. Bem diferente, uma história emocionante e triste. Gostei muito e agora quero ver o filme.