Acompanhei o julgamento do casal Nardoni – pai e madrasta da menina Isabella acusados de seu assassinato – durante a semana passada inteirinha. Sábado, pela manhã, minha primeira curiosidade foi acessar o site G1 para conferir o resultado do julgamento, que saiu durante a madrugada.
Óbvio que o resultado não foi surpresa. Os dois foram condenados. Alexandre recebeu pena maior por ser pai da menina. Os dois ainda cumprirão pena por fraude processual – por terem apagado (uma tentativa frustrada, eu diria) as provas do crime.
Depois da explanação do promotor Francisco Cembranelli, que foi espetacular ao expor a cronologia do crime, mostrando aos jurados que não havia possibilidade de o casal não estar no apartamento no momento em que a menina foi jogada (ou, na linguagem deles, defenestrada), para mim não sobraram mais dúvidas sobre a autoria do crime.
Logo após a queda, um vizinho acionou o resgate e, enquanto isso, Anna Jatobá ligava para seus pais - o que coloca a tese da defesa no chinelo. Eles alegavam que Isabella foi jogada enquanto Alexandre buscava a esposa e os outros filhos na garagem do prédio.
Não houve confissão, nem testemunha ocular. Ponto para o trabalho espetacular da perícia. Até agora, o que não entendo é: como o advogado do casal dorme à noite? E outra: por que não confessaram? Vai ver tiveram consciência do quão grave foi a barbaridade que fizeram e tiveram vergonha da atitude cruel que tiveram com a menina Isabella.
No fim, esse casal estaria com a vida estragada de qualquer jeito. Se fossem absolvidos, seriam linxados pela população que clamava pela condenação – a propósito, não concordo com as manifestações na frente do fórum.
Analisando o casal sob a ótica exposta por Ana Beatriz Barbosa Silva, em seu livro “Mentes Perigosas – o psicopata mora ao lado”, dá para perceber que o comportamento frio do casal só leva a crer que eles encaixam-se no perfil apresentado pela autora e poderiam entrar como exemplo na próxima edição da obra. Fingir choro porque não consegue demonstrar sentimento pela criatura que ele também gerou é demais.
O problema é a justiça no Brasil... já que eles não devem cumprir toda a pena em regime fechado. Depois de 2/5 presos, podem pedir regime semi-aberto e aberto (= liberdade, vamos combinar). Porém, pode ser que isso não aconteça já que Suzane Von Richthofen teve esse pedido negado. Foi considerada ameaça à sociedade. Pudera... matou os pais e foi para o motel (manchete da Época).
Os próximos capítulos do julgamento dos Nardoni? Saber se a justiça aceitará o pedido da defesa... que pode querer outro júri, diminuir a pena ou, o pior, anular o julgamento.
Um comentário:
Deve ter sido tanto quanto interessante a você poder acompanhar este caso, após a monografia.
Esperamos que esta história tenha finalizado assim. Não quero pensar em outras possibilidades para que o casal tenha benefícios. Está mais do que provado.
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