21 de jan. de 2010

Educação não traz votos

Desde que me entendo por gente, como diz aquele ditado conveniente, eu lembro de que sempre gostei de estudar. Tinha interesse por leitura, procurava caprichar nas atividades. Costume esse que trouxe para a faculdade. Formei-me em faculdade particular mas estudei a vida inteira em escola pública.

De vez em quando começo a observar as pessoas ao meu redor. Somos todos diferentes ok, mas o que difere nosso interesse pelo conhecimento? Digo, vejo tanta gente por aí que tem vontade zero de terminar os estudos. Outros que levam a faculdade com “a barriga”, terminam com muito esforço, apenas para poder dizer um dia: tenho um diploma. Um diploma que, diga-se de passagem, não vale mais muita coisa no mercado de trabalho de hoje em dia. Há muitos anos-luz, ter uma graduação era como ter um doutorado hoje: você era considerado super importante e competente. Hoje, o cenário mudou. Quem ficar só na graduação pode ser passado para trás. Diferenciais no currículo contam bastante.

Mas é óbvio que nada disso adianta se não houver competência por parte do candidato. E podemos dizer que quem não é competente não vai passar muito além da graduação. É a acomodação.

Aí eu pergunto de onde vem tanta falta de vontade? A maioria das pessoas vai ficar sempre na mesmice. Porque, na realidade, precisamos nos esforçar muito para ser destaque no meio de um monte de iguais. E o esforço assusta, o esforço cansa, o esforço exige sacrifício. E não são todos que estão prontos para abrir mão de momentos de lazer e fins de semana de farra e descanso.

Acho que a origem disso tudo pode vir de dois lugares. Primeiro, de casa. Se os pais não incentivam, não dão o exemplo, o filho nunca vai se conscientizar de como os estudos são importantes. Depois, no caso do ensino público, vem o outro problema. O ensino que o governo oferece é fraco, temos que admitir. Quantas escolas não têm recursos, livros, estrutura... Aí vem também o outro lado da moeda, aquele que diz que quando uma pessoa quer mesmo ela corre atrás de qualquer jeito.

Engraçado é que o governo tem um ensino público fraquíssimo e um ensino superior disputado a tapas por quem quer uma vaga. Só entram os melhores. É engraçado como a situação se inverte: quem tem condições de estudar em um bom colégio vai estar mais preparado para entrar em uma Federal. Já que ficou no ensino do governo vai ralar pra entrar numa boa universidade e, às vezes, não vai ter escolha, a não ser estudar em uma faculdade particular. Os papeis se invertem. E é justo?

Não seria melhor investir numa educação de qualidade para o povo? Todo mundo sabe que a educação é a base do desenvolvimento. Mas, como li em um blog outro dia, educação não traz votos.

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