13 de mai. de 2010

Trabalho por serviço ou por hora?

Esse post é do blog Produzindo.net e achei interessante:

É incrível como as empresas evoluem lentamente as suas políticas internas. Hoje vivemos em um cenário aonde a maioria das empresas ainda paga os seus funcionários baseando-se na quantidade de horas trabalhadas, e não na quantidade de serviço realizado. Ou seja, se tem um funcionário que produz 10 vezes mais do que outro, ambos irão ganhar o mesmo valor por hora. Isso faz sentido para você? Para mim isso faz sentido se aplicado à época que ele nasceu, cerca de 100, quase 200 anos atrás.

Um pouco de história

O hábito de pagar seus funcionários por hora trabalhada vem desde a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no século XVIII e expandida para o resto do mundo no século XIX. Nessa época havia uma grande quantidade de trabalhadores migrando do campo para a cidade, e vinham em busca de uma melhor qualidade de vida para as suas famílias. O problema é que a mentalidade dos patrões nas fábricas continuava a mesma mentalidade dos grandes fazendeiros, uma mentalidade aonde o trabalhador só tem direito ao seu salário, e olhe lá! Boas condições de trabalho? Isso praticamente não existia naquela época. Imagine trabalhar em uma fábrica com maquinário pesado fazendo um barulho altíssimo. Some a isso o ambiente fechado, cheio de gente, quente e com, por exemplo, algodão triturado voando no ar que você respira. Complicado, triste.

Hoje ainda, em muitos lugares a situação é semelhante. Contamos agora com várias leis que protegem os trabalhadores, mas também contamos com várias brechas nessa mesma lei que podem dar razão aos empregadores, e eles conhecem muito bem essas brechas.

Por quê trabalhar por serviço ao invés de por horas?

Antes de mais nada, trabalhar por serviço significa receber por atividade concluída. Essa é uma prática comum em alguns tipos de negócios, tal como lojas. São as famosas vendas comissionadas. O trabalhador recebe um salário fixo e recebe um extra relacionado a comissões pelas vendas realizadas. Essa é uma espécie de meio-termo entre o trabalho por serviço e o trabalho por horas, e a vantagem para o empregado é ter a possibilidade de receber um valor de comissão maior ou menor, dependendo da quantidade de trabalho (vendas) realizado. A vantagem para o empregador é óbvia: ele vende e lucra mais.

Sendo assim, acredito que esse tipo de abordagem valoriza as pessoas que trabalham mais, desvalorizam as que trabalham menos e ainda permite que o empregador possa lucrar mais.

O problema é…

Será que o trabalho por serviço aplica-se em qualquer área?

Para empregadores preguiçosos, não. Existem muitas áreas que ainda não tem métricas definidas para que se possa avaliar a produtividade dos seus funcionários. Numa loja é muito fácil fazer essa medição, basta contar o valor em vendas que cada funcionário fez e essa já é uma excelente métrica. Em uma redação de jornal, é possível avaliar a quantidade de reportagens aprovadas que um jornalista faz. Mas e se a gente for pensar em um cargo de auxiliar administrativo? Ou ainda um cargo de professor? Qual e a métrica de medição de produtividade? Voltamos à quantidade de horas trabalhadas?

Existem várias áreas que não possuem métricas definidas, mas que podem ainda se tornar realidade se houver uma discussão de especialistas no assunto. Coisa que infelizmente não deve acontecer muito.

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