20 de jun. de 2010

Eu, o 190 e os ignorantes - mais um capítulo

190 tem sido o número mais discado no meu celular ultimamente. Talvez eu ligue mais para a Polícia Militar do que para meu namorado e para meus pais. E não é exagero. Nos fins de semana, ligar para a Polícia já virou rotina. Sempre pelo mesmo motivo: o bando de desocupados – já falei sobre eles aqui e aqui.

Pior ainda é nos fins de semana que tenho pós. Chego da aula na sexta-feira, torcendo para que ninguém atrapalhe meu sono. Afinal, pular cedo no sábado não é fácil, com a cama te pedindo de mansinho: fica mais um pouco, fica. Os cobertores estão quentinhos, preservando o calor do seu corpo. Mas, a aula me aguarda. Eu sou daquelas que acredita cegamente que uma noite bem dormida é fundamental para manter o pique no dia seguinte. Duvida? Vá para a balada durante a semana e levante cedo no outro dia. Tem que ser guerreira. Já fiz isso. E quando bate a maldita hora pós-almoço não há olho que consiga se manter aberto.

Pois bem. O fim de semana começou agitado. Na madrugada de sexta para sábado, três indivíduos conseguiram me fazer despertar de meu sono às 3 da manhã. Gritando, escutando musiquinhas. 190 bombou.

A situação que mais me tirou do sério foi ontem. Um grupo de 15 vadios – sim, vadios, desocupados, babacas, idiotas, vagabundos, e mais quantos dos piores adjetivos você quiser adicionar aqui. Espio pela janela. O violão é acessório do grupo, junto, é claro, do cigarro e das bebidas. Sem contar o repertório abusante – metamorfose ambulante, em ritmo de funeral, como se fossem os hippies, promotores da paz (nada contra Raul Seixas). Estão mais para maconheiros, meus caros. Ô saco! Estou seriamente pensando em pedir um atestado de saúde para um psiquiatra. Ouvir o som de um violão já me deixa em estado de nervos. Problema de saúde pública e perturbação alheia! Seria trágico, se não fosse cômico. Ou o contrário?

As ligações para a PM começaram às 23:24. Aquele que me atendeu do outro lado da linha surpreendeu-se com minha reclamação. “Com essa chuva? Com esse vento?”. De meia em meia hora, aproximadamente, as ligações eram feitas. Tubarão só tem uma viatura? Primeiro, ela desviou do caminho porque se deparou com um acidente de trânsito. Depois, teve que atender uma ocorrência mais grave, um filho que tentava matar a mãe. Santo Deus! Foram umas seis ligações que se seguiram até 1 hora da manhã. Apesar de ser bastante compreensivo, o policial que me atendida dizia que, infelizmente, ainda não havia conseguido liberar uma viatura. Uma hora e meia reclamando e pedindo para que “os homens da lei” viessem resolver a bagunça. Acho que eu deveria dizer que os caras estavam com armas, atirando, ou sei lá, o que. Quem sabe o “socorro” viria mais rápido.

Por fim, o grupo de indivíduos desocupados (vadios, babacas, idiotas, vagabundos) – no qual se incluem garotas – foi embora. Sem nada sofrer, sem repreensão, achando-se os donos da rua. Daqui a alguns dias eles aparecem de novo, abalando geral. Afinal, a polícia não funciona mesmo.

Mas sabe o que dá mais raiva? É ter que ser politicamente correta. A vontade que corria em minhas veias era de sair na rua, de pijama, pegar aquele violão irritante e enfiar vocês sabem onde no de vocês sabem quem.

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